A FAU é tradicionalmente fértil para os quadrinhos. Depois da lendária Balão, diversos projetos foram criados, dos quais se destaca o núcleo Cogumelo, que completa uma década de existência em 2008.
Em 1998, o pessoal que gostava de quadrinhos não produzia, mas estava interessado em retomar essa atividade na FAU. Leandro Robles, então no primeiro ano de arquitetura, conta que os estudantes estruturaram o núcleo, chamaram pessoas para colaborar e simples assim nasceu a Cogumelo. A estrutura da revista era simples. O grêmio forneceu a verba para as primeiras publicações e a diretoria da faculdade também apoiou os alunos, liberando a gráfica para a impressão das revistas.
A Cogumelo se preocupava também em realizar encontros e em disponibilizar um espaço para os alunos exercitarem suas habilidades e discutirem quadrinhos. No entanto, desde 2003, o núcleo focou-se nas oficinas, que funcionavam baseadas em um princípio: Todos podem fazer quadrinhos. Mais importante que desenhar, explica Gil Tokio, é saber pensar. “Uma boa história com um desenho ruim pode ser genial”, afirma o arquiteto e quadrinista que participou ativamente do núcleo.
Em 2006, a Cogumelo foi se esvaziando. Gil e Leandro se formaram e fundaram a Pingado Sociedade Ilustrativa junto com Beto Uechi, também participante do núcleo. Hoje, eles fazem ilustrações para veículos como a Folha de S. Paulo e a revista Grandes Guerras. Nesse meio tempo, Gil ganhou o HQMIX 2008 pela melhor Tese de Graduação com a HQ Na Bodega, Colóquio Ilustrado, em que o personagem é inspirado em um robô construído pelo quadrinista a partir de sucatas.
O tempo de hibernação do núcleo durou até 2007. A nova equipe ainda está à procura da identidade da Cogumelo. O que está certo é a vontade de suprir a falta de comunicação dentro da faculdade. “Os departamentos não se falam e a grade [curricular] não propõe algo conjunto”, ressalta o aluno de arquitetura e membro do atual grupo, Alexandre Sato. A Cogumelo quer ser esse espaço para troca de experiências entre alunos de diferentes anos e cursos.
A passos lentos, eles estão se reestruturando. Dois fanzines já foram publicados e toda quinta-feira tem reunião aberta, às 18h, no Ateliê Interdisciplinar. O pessoal já está trabalhando em cima dos roteiros para a Cogumelo nº 10.