Corrida pelo espaço perdido

O espaço para a produção de fanzines e HQ’s independentes no Brasil é um dos grandes temas de discussão entre estudiosos e quadrinistas. Para Waldomiro Vergueiro, coordenador do Núcleo de Pesquisa em História em Quadrinhos da ECA, esses espaços são importantes “para o treinamento e desenvolvimento dos jovens artistas”. Ele afirma também que esse primeiro contato com o público dá aos quadrinistas a idéia do impacto de seu trabalho.

A Internet apareceu como uma opção para facilitar esse contato. Hoje, ela é utilizada pela maioria dos independentes para contornar o obstáculo da distribuição.

Das sombras para a web: a visão dos quadrinistas

Cadu Simões acredita que a Internet é um meio de publicação viável por ter baixo custo e atingir um grande público. O criador do “Homem Grilo”, também é membro do “Quarto Mundo”, um grupo que propõe uma distribuição baseada na troca de revistas entre os quadrinistas. Esse esquema faz com que a produção atinja outros estados.

Alcimar Frazão relembra que a distribuição de “O Contínuo”, no começo, “era feita na mão”. O coletivo também tem um projeto para a Internet, o “Contêiner”. Ele enfatiza a necessidade de pensar a linguagem do meio com o qual se trabalha: “A maioria do material que está ali [na web] poderia ser impresso”.

Gil Tokio observa que até mesmo grandes editoras estão utilizando a web como mídia principal. “Faz tempo que a Internet não é só para divulgação. Tem gente que ganha dinheiro mais com o site do que com a venda da revista”.