CREF é exigência inviável

Com pouco dinheiro, atléticas uspianas têm dificuldade para se adequarem aos requisitos do Conselho
Equipe treina no Cepê: apesar das proibições, os times continuam sua rotina
Equipe treina no Cepê: apesar das proibições, os times continuam sua rotina (foto: Bruna Buzzo)

A participação de várias equipes da USP nos Jogos Universitários Paulistanos (JUP) está comprometida.

A competição exige técnicos com registro no Conselho Regional de Educação Física (Cref), mas as equipes uspianas são, em sua maioria, treinadas por alunos de graduação da EEFE, sem Cref. A falta de recursos para contratar técnicos com registro profissional prejudica a participação de times da Universidade na competição.

Algumas equipes acabaram abrindo mão da participação no JUP, tanto pela falta de treinadores com registro quanto pela escassez de recursos para pagá-los. Thiago Rigon (o Thiba), técnico de futsal feminino da Farmácia, afirma que “a maior dificuldade nem é encontrar um técnico com Cref, o problema é que as atléticas da USP, quando acham alguém com registro, não conseguem arcar com as despesas”.

Vários técnicos reclamam da exigência do registro profissional em uma competição na qual os atletas participantes são exclusivamente alunos de universidades.

Em faculdades particulares, as atléticas recebem recursos da própria instituição de ensino, o que não ocorre na USP. Paola Schindler, técnica de futsal feminino da ECA, diz que “as atléticas grandes, como as do Mackenzie e Faap, têm mais recursos financeiros e conseguem pagar quase o dobro do que se paga na USP”.

As atléticas da Universidade precisam se manter com o dinheiro arrecadado em festas e eventos. Paola acredita que algumas equipes de agremiações maiores conseguirão contratar técnicos com Cref para a competição.

Problema anunciado

Recentemente, a USP proibiu que técnicos sem registro no Conselho treinassem qualquer time na Universidade. Porém, como a grande maioria das equipes ficaria sem técnico, os treinadores simplesmente ignoraram a proibição.

“Não há fiscalização e os técnicos continuam treinando as suas equipes”, explica Thiba.

Além disso, equipes de modalidades não tão populares no país, como o beisebol, por exemplo, têm muita dificuldade de encontrar treinadores credenciados.