JC publica cartas-resposta

O Jornal do Campus publica a seguir cartas-resposta dos professores Mário Carlos Beni e Célia Maria de Moraes Dias, cujos nomes foram citados na matéria “Curso pago é investigado na ECA”, publicada na última edição do jornal.

“Tomei conhecimento do teor da matéria sobre irregularidades em cursos pagos denominados Gestur no Jornal do Campus, número 340, ano 26, que circulou com data da primeira quinzena de julho de 2008. Nele há uma declaração do professor Mário Beni indicando meu envolvimento nos cursos do Gestur, com citação textual – de que ‘eles (Mário Pires e Célia Dias) provavelmente não tinham credenciamento da CERT. Talvez não seja conveniente para eles dizerem que faziam parte do curso. Eles receberam por essas aulas. Eu assinei os pagamentos.’ A esse respeito, informo que já encaminhei carta ao presidente da comissão verificadora de cursos de extensão do CRP, solicitando providências, a saber:

1)Solicitar aos Professores Doutores Mario Carlos Beni e Hildemar da Silva Brasil que apresentem recibo/comprovante de pagamento de valores que o primeiro teria declarado ao jornal ter pago a mim;

2) Fazer esclarecer corretamente o fato, uma vez que nunca fui consultada, nunca aceitei, nunca ministrei qualquer aula e nunca recebi nenhum valor relativo à docência ou coordenação de nenhum desses cursos.

Gostaria ainda de informar que, no ano passado, ao ser consultada formalmente, pela chefia do departamento, sobre a vinculação de meu nome como docente e vice-coordenadora do curso de especialização EPH/ Gestur, bem como docente responsável por duas disciplinas do curso de difusão Guia Legal, fiz expedientes ao CRP, datados de 5 de novembro de 2008 (sic), que foram encaminhados e constam da ata do conselho do dia 7 de novembro de 2008 (sic). O teor geral dessas cartas é de que nunca existiu qualquer vínculo da minha pessoa com qualquer um desses cursos.

Sendo assim, acredito que a reportagem do Jornal do Campus deixa margem a interpretações espúrias, oferecendo a opinião de Beni, por um lado, e a minha por outro e deixando ‘em aberto’ a interpretação de que parte está falando a verdade, quando a situação é bem clara e não houve nada do que foi dito, no que me diz respeito. Por outro lado, acredito que as jornalistas poderiam ter se informado melhor e, por isso mesmo, insisto numa reparação relativa ao indevido e bastante inconveniente envolvimento de meu nome que, em 27 anos nesta instituição, nunca teve problemas de ordem ética, disciplinar ou de qualquer outra ordem.”

Prof. Dra. Célia Maria de Moraes Dias


“A ECA/USP autorizada pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, manteve regularmente os Cursos de Gestão em Turismo em suas versões 1, 2, 3, 4 e 5 a partir de 2003 até 2008. Manteve igualmente desde 2006 o Curso de Especialização Profissional em Hotelaria, como também o de Estratégia de Marketing em Turismo. Foi solicitada aprovação do Curso de Administração de Negócios em Turismo nesse período, porém não obteve aprovação da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão.

Em novembro de 2007, foi encaminhado pedido no sentido de ser alterada a denominação do Curso de Administração de Negócios em Turismo, não aprovado, para Gestão Mercadológica em Viagens Corporativa (sic). Momento em que o Coordenador operacional do Curso, professor Hildemar da Silva Brasil, iniciou um processo de pré-matrículas para o referido Curso.

Posteriormente por decisão conjunta com os idealizadores desse Curso ABGEV – Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas, este foi transferido para a FIPE/ENTURIS, que mantém cursos na área de Turismo desde 1998. Com essa decisão foi solicitado o cancelamento do pedido anterior de instituição do referido curso na ECA, bem como os do Gestur 6 e 7 EPH2.

A partir desse fato, determinei ao professor Brasil que os alunos que tivessem reservado vaga por meio de pré-matrícula fossem comunicados e consultados sobre interesse de transferirem-se para a FIPE, devolvendo-se o valor da inscrição para os que não concordassem. Foi o que aconteceu com a aluna mencionada no artigo que, conforme recibo encaminhado à Diretoria da ECA e atual Comissão Coordenadora, teve o valor de sua inscrição devolvido, de modo que nunca, nenhum aluno teve qualquer prejuízo, de qualquer ordem.

É importante destacar que nunca, em tempo algum, houve ‘cursos fantasmas’ ou ‘professores fantasmas’. Todos os cursos na área de Turismo oferecidos pela ECA/USP foram devidamente autorizados pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão.

Quanto ao corpo Docente, quando fui indagado pela reportagem sobre possíveis professores que não sabiam que estavam envolvidos nos cursos, reindaguei quais seriam esses docentes e então me foi apontado apenas o professor Mario Jorge Pires, que afirmei ter dado uma aula pela qual autorizei o pagamento. Nada me foi perguntado e nem me referi à professora Célia Maria Moraes Dias que, na verdade, fora indicada por mim para coordenar o Curso de EPH, tendo declinado conforme me informou à época o professor Brasil.

O professor Hildemar Brasil, designado por mim, tinha atribuições de Coordenador Operacional, portanto à frente da gestão dos Cursos no que concerne arquivos dos dados acadêmicos e financeiros que sempre estiveram sob a sua guarda. Indagado sobre a perda ou extravio desses arquivos, o referido docente negou que os tivesse perdido.

Acompanhei pessoalmente o trabalho do professor Brasil na elaboração dos relatórios contendo os dados acadêmicos e financeiros referentes aos Cursos, entretanto reconheço o atraso na entrega dos relatórios, atraso este que o professor Brasil justifica em razão do seu estado de saúde.”

Prof. Mário Carlos Beni.