LHC compensa defasagem de equipamentos da USP

A USP participa das experiências do acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider). Cientistas do IF estão no experimento Alice, um dos vários desenvolvidos no acelerador. No Brasil, vários computadores interligados (cluster) fazem parte do Grid, a rede internacional que processa dados do LHC. Cientistas acompanham os experimentos desenvolvendo softwares e métodos de análise.

O principal objetivo do Alice é colidir núcleos de átomos de chumbo. “Esperamos estudar melhor o que já conhecemos e observar coisas novas” diz o professor Marcelo Munhoz, do DFN (Departamento de Física Nuclear). O LHC é 20 vezes mais energético que o americano Rich, agora, o segundo maior acelerador do mundo.

Segundo o cientista Mauro Cosentino, também do DFN e que está na Suíça envolvido com o Alice, a participação no LHC contribui para o avanço nas pesquisas brasileiras e compensa a falta de equipamentos modernos na USP. Além de formar cientistas altamente qualificados, o Alice abrirá as portas para a comunidade científica brasileira em grandes projetos internacionais.

Acelerador Pelletron ocupa 8 andares no prédio da Física
Acelerador Pelletron ocupa 8 andares no prédio da Física (foto: Letícia Mori)
A USP também conta com um acelerador de partículas, o Pelletron, que funciona desde 1972 e faz as mesmas experiências do LHC. “A diferença está na energia, que é um milhão de vezes mais baixa que no LHC”, explica Munhoz.

Buracos negros

Para Munhoz, as colisões do LHC não vão gerar buracos negros com efeitos catastróficos. Se surgirem, desaparecerão instantaneamente. “Na natureza, há raios cósmicos mais energéticos que os feixes do LHC. Eles colidem e nunca formam buracos negros”.