A direção do IF (Instituto de Física) propôs unificar as siglas de suas disciplinas, passando formalmente a responsabilidade delas para a CG (Comissão de Graduação). Com a medida, todas as matérias teriam a mesma sigla – FIS. A proposta não foi aceita por alguns departamentos e causou uma cisão entre eles e a direção do Instituto.
Até o ano passado, havia um acordo de cavalheiros em que a CG distribuía a carga didática entre os departamentos, que aprovavam ou não a divisão. Segundo Oscar Éboli, chefe do FMA (Departamento de Física Matemática), o acordo foi quebrado porque “o Instituto começou a ter um número de disciplinas muito grande; muitas delas nem deveriam existir”.
O professor Roberto Ribas, chefe do Departamento de Física Nuclear, propôs a criação da FIS para legalizar o acordo rompido. Ele explica que “sem o acordo de cavalheiros, a distribuição da carga horária ficou desigual, com alguns departamentos sobrecarregados”. Então, a Congregação do IF, que reúne mensalmente os chefes de departamento, votou e aprovou a criação da FIS.
Os departamentos que não concordam com a unificação entraram com um recurso junto à Congregação, levando a decisão ao Conselho Universitário, que ainda julga o caso. A Consultoria Jurídica da USP avaliou que a unificação das siglas não contraria o Regimento da Graduação e o Estatuto da USP, pois “a Comissão de Graduação é a instância superior ao Departamento”.
Posições divergentes
Os dois lados têm visões diferentes sobre o futuro do Instituto. O professor Éboli defende uma graduação mais enxuta e flexível, com uma formação menos técnica e com mais qualidade. “O problema é que não há uma reforma acadêmica junto ao FIS”, explica. “A unificação é uma tentativa de resolver isso somente com uma penada”.
Já o diretor do IF, Alejandro Szanto, acredita que, com a FIS, as disciplinas seriam proporcionais ao número de docentes em cada departamento e o problema das cargas didáticas seria resolvido. “Não haveria aumento da burocracia. Mesmo que o departamento tenha um novo projeto de curso, a hierarquia seria a mesma”.
