Sistema aposta na interatividade

Parte dos problemas causados pelo Júpiter pode ser amenizada com a matrícula interativa. O novo modelo, já utilizado em 13 unidades da USP, promete desafogar a semana de retificação e distribuir as vagas entre os alunos de forma mais justa. Se for aprovada pelo CoG, a matrícula interativa se estenderá para toda a universidade.

A nova matrícula é feita com três interações dos alunos e três consolidações do Júpiter. Sérgio Orsini, gerente do Júpiter Web, explica que os alunos no período ideal para cursar determinada matéria terão prioridade. Em seguida, a preferência é dos alunos que estão atrasados em relação ao período ideal e, depois, de quem tenta antecipá-la. Caso ainda haja empate, as maiores médias sujas e, por último, os maiores números de créditos acumulados decidem quem fica com a vaga.

Para quem não for aprovado, há ainda a lista de espera. Nela, o aluno pode ver sua posição e escolher se insiste na mesma turma, esperando desistências, ou se a exclui e reorganiza sua matrícula na interação seguinte. Ao final do processo, o sistema não verifica, no entanto, se as disciplinas obtidas estão no mesmo horário. Isso porque, segundo Orsini, cabe ao aluno decidir entre uma disciplina e outra.

Com a maioria dos ajustes feita durante a matrícula, a semana de retificação tende a ser mais tranqüila. O trabalho dos funcionários, no entanto, aumentou entre a intervenção do sistema e a dos alunos. “Um dia depois de o Júpiter fazer a consolidação, nós podemos ajustar turmas e vagas se observarmos grande demanda em um horário, por exemplo”, explica Giselle de Castro, chefe do Serviço de Graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI). Para Orsini, o termo “interatividade” é usado por isso. “A interação é tanto do aluno com o sistema, quanto do departamento com o sistema”.

A estudante Bianca Oliveira André, 3º ano de Design na FAU, teve a sua primeira experiência interativa este semestre. Para ela, a mudança, apesar das confusões, foi boa, mais prática. Já para Leonardo de Cássio Rodarte, 2º ano de Relações Internacionais (RI), a matrícula já é feita com facilidade, pois lida com ela desde o começo do ano. “É tudo pela internet e dá para acompanhar todo o processo. Eu até achava estranho quando as pessoas falavam que em outras unidades não era assim”.

Uma das desvantagens da interatividade, apontada por Elisa Klüger, 3º ano de RI, é ter de ficar atento ao Júpiter durante grande parte das férias. Além disso, a grade não é totalmente decidida com antecedência porque algumas optativas ficam em unidades que não fazem matrícula interativa. Este problema acaba se o modelo for adotado em toda a universidade.