Trabalho contínuo

Eu não conseguia dizer o que queria com palavras, só com desenhos (Alcimar Frazão)
Alcimar Frazão: "Eu não conseguia dizer o que queria com palavras, só com desenhos"
Ilustração do quadrinista Alcimar Frazão
Ilustração do quadrinista Alcimar Frazão

Um dos membros da revista de quadrinhos “O Contínuo”, o artista plástico e quadrinista Alcimar Frazão teve, desde cedo, a vida e os interesses movidos pelas histórias em quadrinhos (HQs). Para ele, desenhar não é apenas um passatempo, é também uma forma de expressão e de pensamento da própria linguagem.

“Chegou um determinado momento da minha vida que eu percebi que todas as coisas que eu queria dizer eu não conseguia com palavras, só com desenhos”.

Iniciou o curso de Artes Plásticas na USP em 2002 já com a intenção de trabalhar com as HQs e afirma que “tinha brigas homéricas” no CAP – Departamento de Artes Plásticas – sobre o assunto. “Era um departamento que tinha um debate muito interessante nesse sentido, mas cada vez mais foi se consolidando num departamento de belas artes”, conta Alcimar.

Inspirado por Jean – Paul Sartre, Chico Buarque, Godard, Michelangelo Antonioni e Marcelo d’Salete, o quadrinista afirma que, não só ele, mas também O Contínuo “é o que é hoje por causa da formação lá na faculdade”. Para ele, o CAP foi fundamental para o surgimento da revista, pois todos os membros se conheceram no departamento e, a partir dali, começaram a pensar no projeto de ter uma publicação voltada às HQs.

Além de trabalhar como professor de Artes e quadrinista n’O Contínuo, Alcimar Frazão investe em projetos paralelos, como o Cancioneiro que “são quatro músicas que falam sobre a cidade de São Paulo e são o estopim para as histórias” e planeja viver, daqui alguns anos, só com a renda obtida com quadrinhos.