8,9 mil cargos causam protestos

O projeto que cria 8.893 empregos públicos para a USP está cercado de dúvidas. Entidades representativas dos funcionários e professores da USP alegam que ele não deixa claro o porquê da criação dos novos cargos e a quem eles serão destinados. Reclamam também que a Reitoria, que pediu a criação dos cargos junto à Secretaria de Ensino Superior, não disponibiliza mais informações.

A justificativa da reitora Suely Vilela, encontrada no anteprojeto, de autoria do secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt, diz que os cargos serão necessários para a “sustentação  de cursos de graduação e pós-graduação existentes, bem como para a ampliação de novas vagas na Universidade”. Ele diz também que os novos cargos não criarão maiores gastos para o orçamento do governo do Estado. A Reitoria, porém, não explicou de onde virão os novos recursos para essa expansão.

Segundo César Minto, diretor da Adusp, não há clareza no projeto apresentado pelo governador. “É difícil avaliar uma coisa que não tem dados”. Ele questiona qual o conteúdo da carta com a justificativa da Reitora, que fica apenas indicado no anteprojeto. Procurada, a reitoria não se pronunciou.

O diretor do Sintusp, Claudionor Brandão, diz que o número de vagas criadas é menor do que o necessário. Para ele, cerca de cinco mil dessas vagas serão para regularização de servidores temporários e as outras três mil para expansão, mas há muito mais servidores para serem regularizados. “Procuramos a Reitoria e eles nos disseram que já sabíamos o que tínhamos que saber”, diz.