Chapa ligada ao PSTU vence eleição com urnas impugnadas

Dos quase 50 mil estudantes de graduação e de pós-graduação da USP, apenas 12% participaram das eleições para o DCE (Diretório Central dos Estudantes). Após os três dias de votação, a chapa Nada Será como Antes, ligada ao PSTU, foi a vencedora com cerca de 3 mil votos.

Quase 8 mil alunos participaram das eleições e, mesmo com quórum menor do que ano passado, para Nathalie Drumond, integrante da comissão eleitoral e da chapa Baião de Todos, isso não significa que os alunos não foram bem representados. “O quórum foi um dos maiores que tivemos. Não é fácil mobilizar estudantes sem ter estrutura, ainda mais agora que o sentimento de participação é cada vez menor”.

Ela ressalta que pode não ser muito, mas ter 8 mil estudantes pensando na construção da identidade do movimento estudantil possui um significado qualitativo muito importante. A central eleitoral de Ribeirão Preto, com 10 urnas, foi impugnada, pois uma delas estava com o lacre violado e não se sabe se as outras nove também teriam sido corrompidas. As urnas da Fofito e da Farmácia foram impugnadas por terem sido levadas ainda não lacradas pela chapa Nada Será Como Antes. Por não saber como essas duas urnas chegaram à central eleitoral, elas foram desconsideradas na apuração.

A comissão eleitoral encaminhou um relatório fazendo o balanço das eleições, mas investigações serão feitas. O movimento Território Livre ainda acusa o PSOL de estar envolvido em golpe para deslegitimar a eleição e impugnar todo o processo eleitoral. Essa situação levanta uma questão antiga: a partidarização do movimento estudantil.

Esse tema foi o tom central das eleições em muitos momentos, fugindo do que era mais importante – a discussão de propostas e soluções pelas chapas. Muitos estudantes são contra e dizem que os partidos políticos usam o movimento estudantil para que consigam atingir seus objetivos dentro da Universidade. Para outros, principalmente para aqueles que participam das chapas, não é isso que compromete a política dos estudantes. Desconsiderando as opiniões pessoais, os dois lados concordam que o que não pode haver é o uso de serviços para interesses partidários.