Onde está a literatura uspiana

O Casulo

Desempregado em 2005, o estudante de Letras Eduardo Lacerda sacou seu dinheiro do FGTS para publicar o jornal de poesia O Casulo, desdobramento da revista Metamorfose. Lacerda, editor do jornal, também escreve, mas prefere se dedicar à publicação de novos autores. “Tenho mais alegria em publicar o texto de alguém do que publicar os meus”, explica. Ele conta que nem todos os textos, enviados principalmente por alunos da Letras, do Jornalismo e do Direito, são de boa qualidade, mas acha importante estar em contato com quem está escrevendo. “Qualidade vem com o tempo”, diz.

Eduardo Lacerda, da Letras, usou o FGTS para custear jornal de poesias
Eduardo Lacerda, da Letras, usou o FGTS para custear jornal de poesias (foto: Rafael Benaque)
Revista Áporo

Mais recente inciativa dos alunos da Letras, a revista surgiu no segundo semestre de 2007 como um espaço para o exercício da criatividade artística. Israel Antonini, membro do conselho editorial da publicação, ressalta a importância do diálogo entre novos escritores: “Isso deve ocorrer. E não ficar cada qual na janela do seu apartamento, observando a crueldade da metrópole opressora , escrevendo e procurando iluminar feito estrela só’.

Originais Reprovados

Revista da empresa júnior dos estudantes de editoração, a Com-Arte Jr., nasceu da vontade dos alunos terem seu próprio projeto aliada à necessidade de divulgação da produção literária da USP. Este ano, a revista recebeu quase 150 textos de diversas unidades da USP, mas priorizou a divulgação de autores que nunca tiveram seus trabalhos publicados.

Phoenix

A revista é uma publicação dos membros da Academia de Letras da Sanfran. A organização, fundada em 1932, seguia as formalidades daquela criada por Machado de Assis. Nos anos 80, quando os estudantes da faculdade abandonaram as gravatas, a academia se tornou um clube onde os alunos discutem literatura, música e arte. Este ano, o grupo voltou a publicar a revista Phoenix. “Entraram vários alunos na Academia e isso nos animou”, conta Rafael Prince, membro da Academia. Os textos foram discutidos em rodas literárias quinzenais ao longo do ano. “Entrei aqui e não sabia quase nada de literatura contemporânea. Conversando com as pessoas aqui dentro, dá para aprender muito”, diz Guilherme Guidi, editor da revista.