Estado não descarta financiar Pasusp

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo recuou na declaração de que não financiaria mais o Pasusp, Programa de Avaliação Seriada da USP. A assessoria da Secretaria diz que aguarda os dados finais do programa do ano passado, que devem sair no final de março, para decidir se continuará ou não apoiando o projeto.

A assessoria nega que tenha desistido de custear parte dele. Na matéria “Governo não vai financiar avaliação seriada da USP” (O Estado de São Paulo, 12/02/09), a secretária de Educação, Maria Helena de Castro, disse que “a USP tem direito de fazer, mas a Secretaria não vai financiar”. A matéria associa o desinteresse da secretária pelo Pasusp à polêmica gerada ano passado, quando só 7.868 dos 48.862 inscritos compareceram à prova – a expectativa era de que boa parte dos 380 mil alunos do 3º ano da rede estadual participassem do Pasusp, que oferece bônus de até 3% na Fuvest.

Depois dessa declaração, a pró-reitora de Graduação, Selma Garrido, disse que a USP continuará com o programa mesmo sem convênio com o Estado. A avaliação seriada ocorrerá este ano. Novamente, só alunos do 3º ano poderão fazer a prova porque, segundo a assessora da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), Maria Amélia Oliveira, o programa “está em período de consolidação”. A expectativa inicial era de que o Pasusp fosse estendido aos alunos do 2º ano já neste ano e, em 2010, a todo Ensino Médio.

Alcance restrito

O Pasusp faz parte do Inclusp, programa de ações afirmativas que pretende aumentar o número de ingressantes do ensino público na universidade. Segundo dados da PRG, o bônus total oferecido pelo Inclusp chega a 12%, somado aos 6% do Enem e 3% que todo estudante da rede pública ganha automaticamente.

Os baixos números de inscrição e comparecimento à prova explicam-se, em parte, por falhas de divulgação. Alguns cursinhos populares e escolas estaduais dizem que ela foi insuficiente, inclusive quando a data da prova mudou. Jarbas Bispo, diretor da Escola Estadual São Paulo, disse que “nem os alunos nem a direção da escola ficaram sabendo da mudança”. Ele comenta que muitos alunos consideram o bônus de 3% do Pasusp muito baixo.

Outra explicação é que esses estudantes sofrem com a cultura de auto-exclusão. “Os alunos se sentem distantes da USP e desestimulados a fazer a Fuvest”, comenta a coordenadora pedagógica da EE Ascendino Reis, Rafaela Souza. “Entre tentar entrar na USP e concorrer a bolsa integral pelo ProUni, os alunos optam pela segunda opção”, completa Jarbas.