A Faculdade de Medicina não disputará a Copa USP 2009. Após perder o período de inscrições e a prorrogação do prazo junto à Liga Atlética Acadêmica da USP (Laausp), a entidade voltou a tentar sua participação no torneio, mas foi rejeitada pelas Atléticas em votação.
O prazo inicialmente acabava às 20 horas do dia 11 de março, mas nenhum representante da entidade compareceu ao chaveamento. Atrasado em uma hora e sem nenhum dos documentos exigidos, o diretor de esporte João Flávio conseguiu uma reunião extraordinária para poder decidir a participação da escola.
Ficou acordada uma prorrogação das inscrições até o dia 13, mas com punições. A escola perdia o direito de restringir e alterar datas de jogos, aumentando a chance de WO.
A princípio, a entidade retirou seu interesse na disputa. Porém, em reunião no último dia 18, seus diretores voltaram à Laausp para pleitear a vaga. “Não tivemos tempo para conversar com as equipes após a prorrogação do prazo e não nos inscrevemos. Depois de falar com todos, decidimos participar”, disse João. Por 13 votos a 6, entretanto, o pedido foi rejeitado.
Laausp
A decisão de prorrogar o prazo gerou ainda mais problemas na Laausp, que não teve chapa organizada para 2009. Normalmente formada por ex-integrantes das Atléticas, este ano não houve interessados em montar uma diretoria – o estatuto da entidade prevê que sete alunos são necessários.
Tocando a Liga voluntariamente, Rafael Silveira, da Escola Politécnica, criticou a decisão de se conceder uma prorrogação no prazo de inscrições. “A minha decisão de sair não foi por causa da Medidina, mas por causa das Atléticas. Todas cobravam uma postura séria da Laausp. Mas quando caiu para elas decidir, não tiveram tal postura e resolveram no ‘jeitinho’”, lamentou.
Rafael disse ainda que estava deixando a entidade. “Ficou uma situação chata”. Questionado se manteria a decisão mesmo com a ausência da Medicina, disse que ‘o estrago já estava feito’. “Teve gente que já pediu desculpas, mas, a princípio, ninguém me convenceu a voltar. Vou terminar de organizar o Bichusp, que já comecei, e depois estou fora”, finalizou.
“Quem entra na Liga só tem problema para resolver e as Atléticas só pensam em si próprias”, reclamou o diretor de esportes da ECA, Guilherme Yazaki. “Não há uma Liga USP que atenda os interesses comuns, mas uma organizadora de campeonatos”, explicou.
Assim, a Liga está com seu futuro ameaçado. Presidente do Conselho da Laausp, Pedro Din admitiu que se voltou à estaca zero. “Espero e acredito que as Atléticas mais estruturadas entendam a situação e se sacrifiquem um pouco pela entidade. Seria péssimo para o Esporte Universitário na USP ver a Liga abandonada em um momento que este só cresce fora da Universidade”.