Enquanto a realidade não alcança os patamares da ficção científica, verificado em séries e filmes, cientistas vêm engatinhando na produção de estudos sobre o teletransporte, com resultados positivos.
Segundo a Agência Fapesp, em janeiro, pesquisadores do grupo Joint Quantum Institute, das universidades de Maryland e Michigan, conseguiram transferir informações entre dois átomos isolados e distantes em um metro. Na revista Science, eles relatam o sucesso no teletransporte de 90% da informação inicial.
O experimento consistia no emaranhamento de dois íons isolados no vácuo e suspensos em uma gaiola formada por campos eletromagnéticos e envolvida por eletrodos. Um deles era bombardeado por emissões de micro-ondas, como se estivesse sendo gravada uma informação.
Logo após, os íons eram excitados por raios laser e liberavam um único fóton (vermelho ou azul, dependendo do estado quântico), encaminhado para um separador de saída da luz, pelo qual podia passar diretamente ou ser refletido. Lá estavam posicionados detectores que serviam para registrar a chegada das partículas.
Antes de alcançar o separador, cada fóton estava em uma superposição de estados. Depois, quatro combinações de cores se tornaram possível: azul-azul, vermelho-vermelho, azul-vermelho ou vermelho-azul. Na maioria desses estados, cada fóton cancelou o outro de um lado do separador e ambos terminaram no mesmo detector do outro lado.
O que diferencia este resultado de qualquer outro tipo de comunicação e o caracteriza como teletransporte é o fato de a informação não ter passado entre os íons. Em vez disso, ela desapareceu no o íon A e reapareceu quando o pulso de micro-ondas foi aplicado no íon B.
O estudo, segundo pesquisadores, influi no projeto do computador quântico. A nova tecnologia seria tão poderosa que conseguiria quebrar os códigos de criptografia atualmente utilizados no mundo.
A razão deste potencial é uma peculiaridade dos bits quânticos. Enquanto o bit clássico é definido por 0 ou 1, o bit quântico pode ser 0, 1 ou uma superposição dos dois, como uma moeda que pode ser cara e coroa, simultaneamente.