Falta de acesso a medidas ecológicas simples pode ser entrave à sustentabilidade na USP

Em meio a uma sociedade que está tentando mudar os seus hábitos para se adequar às novas exigências de sustentabilidade, a comunidade uspiana ainda não consegue ter acesso a iniciativas aparentemente simples, como a lixeiras de coleta seletiva (aquelas de cor laranja – confira relato). De acordo com a diretora técnica do programa USP Recicla, Elizabeth Lima, no campus Butantã, de 38 unidades, apenas 12 apresentam este tipo de lixeiras, menos de 32% do total.

Além disso, alguns dos projetos existentes ainda não foram estendidos para todos os campi, como, por exemplo, a substituição total de copos plásticos descartáveis por canecas duráveis nos restaurantes universitários (os conhecidos bandejões) – medida que já foi implementada nos campi de Ribeirão Preto e São Carlos. Na Cidade Universitária, essa ação já é, em parte, tomada. Porém, devido a grande quantidade de usuários dos restaurantes, torna-se inviável estender este projeto para todo o campus, conforme explica Lima.

Por vezes, as idéias partem dos próprios alunos e funcionários. No prédio da Faculdade de Educação (FE), há um acervo de textos, onde o aluno pode deixar textos já utilizados para os estudantes dos próximos semestres – iniciativa simples, mas que evita tirar cópias desnecessárias. Outra medida é tirar cópias em frente e verso, evitando a utilização de uma quantidade ainda maior de papel.

Dificuldades na prática

No entanto, algumas iniciativas encontram problemas na sua implementação. Na Escola de Comunicações e Artes (ECA), o USP Recicla disponibilizou caixas de papelão para serem colocadas nos departamentos, nas quais alunos e professores depositariam papéis usados para reciclagem. Porém, a maior parte dessas caixas não é vista na unidade. A presidente da comissão de reciclagem da ECA, Vilma Ferreira, afirma não saber o paradeiro delas – especula-se, inclusive, que elas tenham sido roubadas.

Outro problema reside na regulação das torneiras temporizadoras adotadas pela Universidade, que precisam de manuntenção constante para evitar desperdício de água por eventual desregulagem. Cada departamento de todas as unidades da Universidade possui um funcionário responsável pela regulação da parte hidráulica dos sanitários. Contudo, essa nomeação não acompanha um cargo ou comissão específicos, o que dificulta, por exemplo, a comunicação em caso de vazamentos e desperdícios de água.