Fernand Léger: o artista que é a cara e a cor do modernismo brasileiro

Basta um curto olhar para que se perceba a semelhança: entre cores muito vivas e contornos bem marcados, o nome “Tarsila do Amaral” salta à mente. E não é por menos. A artista brasileira freqüentou o atelier de Fernand Léger em 1923 e manteve contato com ele e sua esposa por muito tempo, absorvendo tendências do seu estilo. Através de Tarsila, a obra do francês emprestou força e criatividade à emergente arte modernista brasileira.

"Vaso vermelho com guitarra", obra pintada a óleo em 1950
"Vaso vermelho com guitarra", obra pintada a óleo em 1950

A Pinacoteca do Estado de São Paulo inaugura as comemorações do Ano da França no Brasil com a exposição Fernand Léger: amizades e relações brasileiras, aberta a partir do próximo sábado, 4 de abril.Apesar de nunca ter colocado os pés em terras brasileiras, o artista francês teve forte influência sobre o movimento modernista no Brasil. Suas obras marcaram presença em quase todos os eventos grandiosos de Arte no país: a inauguração do Museu de Arte Moderna (MAM), as três primeiras Bienais de São Paulo e a primeira exposição de Arte Moderna de 1933, para citar algumas.

De acordo com a curadora da exposição, Regina Teixeira de Barros, a intenção da mostra é explorar a “história de Léger com o Brasil”, relembrando os eventos em que ele participou e dois projetos arquitetônicos realizados na década de 50: um mural para o parque do Ibirapuera e a coloração de um plano de vila na Riviera Francesa, feito em conjunto com Assis Chateaubriand, ambos não concretizados. A mostra exibirá pinturas, desenhos, maquetes, fotografias e documentos, na tentativa de abraçar todas as áreas de atuação do artista. A exposição ficará em cartaz até o dia 7 de junho, e a entrada é gratuita aos sábados.