Funcionários acusam reitoria de repressão

Os funcionários da USP iniciaram greve nesta terça-feira, 5, conforme decisão da última assembleia geral realizada em 23 de abril, que aprovou o início da greve obteve um quórum de aproximadamente 500 pessoas. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), aproximadamente 60% dos servidores estão paralisados. Já a reitoria informa que somente 8% aderiram à greve.

Os funcionários acusam a reitoria de criminalizar o Sintusp, cujos líderes estão respondendo a processos movidos pela reitoria. Eles ainda pedem cancelamento da  indenização que a reitoria move contra o sindicato de R$ 345 mil, correspondentes aos danos materiais que a reitoria alega terem ocorrido durante a ocupação de seu prédio em 2007. De acordo com Magno Carvalho, um dos diretores do Sintusp, a arrecadação mensal do sindicato gira por volta dos R$ 80 mil. “(A reitoria) quer fechar o sindicato”, acusa Carvalho. A readmissão do ex-funcionário Claudionor Brandão também está entre um dos pontos levantados pelos servidores. O Sintusp acusa a reitoria de demiti-lo em razão de sua atividade sindical, direito constitucional do trabalhador. A reitoria nega as acusações.

Os servidores ainda reivindicam reajuste salarial, que inclui o acréscimo de R$200,00 aos salários, conforme acordo estabelecido em 2007 entre o Conselho das Reitorias das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp) e o Fórum das Seis (entidade que reune sindicato dos servidores das três universidades paulistas). Os servidores também reivindicam um reajuste salarial de 17% negociáveis, desde que inclua os 10% de reposição salarial para recuperar a desvalorização do salário desde 1989 e o reajuste de um ano conforme o índice de inflação calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

A Adusp e o DCE afirmaram ao JC que apoiam a greve dos funcionários e que tem pautas próprias de reivindicação para serem construídas em seus setores. Apesar de as entidades reclamarem da data de reunião com o Cruesp para 18 de maio, o conselho manteve sua posição. O sindicato disse que tentou várias vezes marcar reuniões com a reitoria, mas não foi atendido. A assessoria da reitoria nega ter recebido pedido de reunião com o sindicato.