Alunos invadem bandejão da química em manifestação

Um ato no restaurante da química foi realizado por estudantes como forma de reclamar contra terceirização do local e sua abertura durante a greve. Segundo informações do Diretório Central dos Estudantes (DCE), mais de 100 pessoas participaram do protesto.

No horário de almoço do dia 16, o grupo de alunos entrou no restaurante, o único do gênero aberto na USP no momento, e pediu que os funcionários parassem de servir. Os próprios estudantes, então, assumiram o trabalho e abriram as catracas, permitindo a entrada das pessoas que estavam fora. Eles permaneceram até a comida acabar e depois lavaram a louça, além de conversarem com os trabalhadores presentes da empresa responsável e com os outros alunos que estavam no local.

O restaurante da química, popularmente conhecido como bandejão, é o único dos quatro restaurantes da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), que é terceirizado e que não está parado na greve. Apesar disso seu público ainda está abaixo do normal, já que a venda de tickets está sendo feita de maneira intermitente.

Estevão Pascoli, diretor do DCE, critica a terceirização. “Essa empresa, obviamente, impede esses trabalhadores (terceirizados) de entrarem em greve”. Por isso, garante ele, “a idéia do piquete hoje era dar a chance desses funcionários entrarem em greve, mas não fazer uma greve no bandejão”.

Segundo a empresa, nenhum dos funcionários se manifestou a favor da greve e todos continuaram a trabalhar normalmente após a saída dos estudantes. Funcionária ouvida pelo Jornal do Campus disse que durante o protesto foram feitas ameaças de que a ação voltaria a ocorrer sempre que o restaurante fosse aberto. Porém, Vinicius Zaparoli, também membro do DCE e que estava na manifestação, negou que a ação volte a acontecer. O restaurante continuou abrindo nos horários previstos e a empresa disse ser essa sua posição.

A manifestação foi aprovada na Assembléia dos estudantes da segunda-feira, como uma forma de protestar contra a abertura do bandejão, diz Zaparoli. Pascoli completa, “este bandejão está destoando dos outros da USP e na prática os trabalhadores têm o seu direito de greve impedido”, resume. Para ele os terceirizados deveriam ser contratados e receberem os mesmos direitos e benefícios que os trabalhadores da Universidade.

Funcionários da Starbene afirmaram que além de estudantes e de pessoas do DCE, também foram vistos alguns diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp). Zaparoli afirmou que professores e funcionários participaram da manifestação, mas que nem o Sintusp nem a Associação dos Docentes da USP (Adusp) teve qualquer relação com o protesto. Pascoli afirma, inclusive, que os trabalhadores nem mesmo entraram no restaurante. O Sintusp confirma que não teve relação com o ato, mas que funcionários podem ter participado de maneira independente.