Ato do Fórum das Seis lota Largo do São Francisco

Manifestantes fizeram passeata protestando contra a Polícia Militar no Campus e pararam o trânsito no centro (foto: Marcelo Osakabe)
Manifestantes fizeram passeata protestando contra a Polícia Militar no Campus e pararam o trânsito no centro (foto: Marcelo Osakabe)

O Fórum das Seis, entidade que reune os sindicatos de docentes e professores de USP, Unesp e Unicamp, além dos três Diretórios Centrais de Estudantes (DCEs) das universidades, reuniu  na quinta-feira (18) as três categorias em passeata, que foi desde o vão do Masp até o Largo São Francisco. Após a passeata, eles se reuniram em um ato em frente a Faculdade de Direito (FD), para protestar contra a falta de democracia na USP, além de pedir a renúncia da reitora Suely Vilela e saída imediata da PM do campus. De acordo com o DCE da USP, pelo menos 5 mil pessoas estavam presentes na passeata, que parou duas das três pistas da Avenida Paulista. Já a Polícia estima que foram 1,5 mil manifestantes.

Os manifestantes lutam por uma Estatuinte na Universidade, que é um órgão paritário (entre estudantes, funcionários e professores) para a formação de um novo Estatuto da USP. Para eles, isso permitiria que a eleição para reitor fosse de forma direta, e não por formação de colegiado, onde a maioria é formada por professores titulares (posição mais alta para um docente).

No dia do ato, João Grandino Rodas, diretor da FD, fechou o prédio da faculdade. No final da noite anterior, a polícia já esperava o esvaziamento completo do prédio para trancá-lo. Estudantes e professores do período da manhã não foram avisados e compareceram na manhã para ter suas aulas, já que a faculdade não está em greve.

“Tinha prova marcada para as 8 horas. Quando cheguei, tinha pelo menos uns 80 alunos na porta”, conta Daniel Nunes Caseiro, estudante de Direito. Segundo ele, a única explicação que havia era um recado da diretoria em uma folha tamanho A4, sem timbre. Nele, estava escrito que o prédio fora fechado por causa da manifestação. Uma aluna achou que o recado era falso, e chamou a polícia, que apareceu pouco tempo depois mas nada pode fazer.

A escolha para o local do ato, de acordo com Aníbal Ribeiro Cavali, um dos diretores do Sintusp. foi escolhido por ser um local histórico de luta pela democracia.

Ele afirmou também que o Largo da São Francisco seria um local simbólico, já que a entrada da PM no campus só foi possível graças a uma resolução proposta por uma comissão presidida por Rodas no Conselho  Universitário. “O Largo São Francisco representa um território livre, e isso não é de hoje”, diz ele. “O Grandino Rodas também representa todo esse movimento que o ato está combatendo, ele também tinha o caráter de realizar no Largo a denúncia de quem é a figura do Rodas”, complementa.

O ato acabou por volta das 17 horas, sem maiores complicações.