Diretoria da FAU garante continuidade das reformas

Símbolos da revolta dos estudantes, tapumes do 2º andar foram recolocados (foto: Francisco De Laurentiis)
Símbolos da revolta dos estudantes, tapumes do 2º andar foram recolocados (foto: Francisco De Laurentiis)

O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Sylvio Barros Sawaya, garantiu que as reformas executadas no prédio até agora, como o jardim e as salas da diretoria, foram regulares. Ele afirmou que as reformas “são um desejo da comunidade da FAU” e que irão continuar, apesar dos protestos de estudantes e professores. Sawaya salientou também a importância de ter conseguido verbas junto à Reitoria para as obras e que seu maior desejo é ver a escola livre de seus graves problemas estruturais: “A glória vai ser o prédio estar cuidado, sem goteira, quando todos puderem usar esse espaço direito”. “Estou há muito tempo na FAU, devo muito a essa escola”, finalizou.

Marcelo Romero, vice-diretor e presidente do Conselho Curador da unidade, afirmou o mesmo, destacando que a decisão da Congregação Aberta foi respeitada e que praticamente todos os alunos são favoráveis às reformas. Romero também cedeu ao JC um documento assinado pelo presidente do órgão Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), José Eduardo de Assis Lefrève, no qual consta a aprovação do órgão público às reformas nos departamentos, onde estavam os tapumes derrubados por estudantes em 19 de maio. O vice-diretor certificou que será dada máxima atenção aos detalhes, com a cor do piso, para que o projeto do arquiteto João Batista Vilanova Artigas, idealizador do prédio, não seja alterado drasticamente.

Uma aluna que não quis se identificar protestou: “Tem muitas irregularidades nessas obras. O projeto para os departamentos, por exemplo, foi aprovado pelo Conselho Curador e modificado em seguida. Não se pode mexer em um projeto já aprovado. Os estudantes não são contra as reformas, mas não são a favor dessas reformas iniciadas”. Também reclamou sobre a divulgação dos projetos por parte da diretoria, afirmando que “não era possível entender nada, eram projetos escaneados, ninguém conseguia ver nada”. Ela finalizou queixando-se da prioridade dada às obras: “Quando começaram a falar de reforma, o teto era a prioridade. Por que se preocuparam um fazer o jardim e as salas da diretoria antes, então?”.

A reforma do teto, vista como a mais necessária da unidade, mas também como a mais polêmica, começa a entrar em fase decisiva. As infiltrações e goteiras, principal problema da cobertura, são um problema antigo. Algumas reformas foram feitas ao longo dos anos, sem sucesso. Nessa sexta-feira, cinco de maio, haverá a apresentação de alternativas de projetos de reestruturação do teto, no auditório da unidade. O evento será aberto a todos. “O que a escola decidir será posto em prática”, assegurou o vicediretor Marcelo Romero.