Organizações de SP repudiam PM; diretores da USP apoiam Reitoria

A intervenção da Polícia Militar (PM) no campus da USP repercutiu nos movimentos sociais por todo país. Em geral de forma crítica, várias correntes lançaram manifestos de repúdio ao ato, além de organizarem passeatas e outras ações de apoio aos estudantes, professores e funcionários.

Sindicatos de todo o estado se manifestam por meio de notas de repúdio em protesto à atitude da reitora Suely Vilela. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região manifestou-se na última semana, além de contar com um membro de sua diretoria no ato que gerou o manifesto. Luis Carlos Prates, o Mancha, criticou a invasão e destacou que a greve nas universidades se soma àquelas que estão acontecendo contra os efeitos imediatos da crise. “Muitas vezes essas greves são ocultadas pela grande imprensa”, afirmou na nota, referindo-se a recentes mobilizações, tais como de trabalhadores da Embrapa e da educação do Pará.

O Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud) também lançou manifesto contra a invasão em seu site. Ana Luiza Gomes, servidora do Judiciário e diretora do Sintrajud, afirmou que os ataques não vêm somente do governo Serra. “É necessário barrar o projeto de lei 92/2007 que cria fundações privadas para gerenciar serviços públicos e o projeto que acaba com o direito de greve no serviço público”, escreveu ela.

Criticando a ação da PM, a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) divulgou nota afirmando que os manifestantes apenas exerciam a sua liberdade e seu direito de dizer “não” a injustiças. A organização declarou “indignação com os atos de explícita truculência da PM”.

Já a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) publicou texto em seu site declarando ser inaceitável a posição da reitora de chamar a polícia para reprimir em vez de negociar. O manifesto, lançado em conjunto com a Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora), reafirmou apoio à luta dos trabalhadores, professores e alunos e repudiou a atitude repressiva do governo.

Associação dos Professores da PUC-SP (Apropuc), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também lançaram cartas de repúdio à invasão.

Na contramão dessas ações, um grupo de diretores das 37 áreas que compõem a Universidade divulgou nota de apoio à reitora. No comunicado, o grupo afi rmou que os grevistas têm complicado o acesso de trabalhadores aos seus postos. Apesar disso, a carta refuta qualquer tipo de violência de “grevistas ou policiais” e diz que os grevistas devem “preservar o acesso ao trabalho, sem causar ameaça ou dano às pessoas ou ao patrimônio público”.