Programa do primeiro curso ainda está indefinido e não há data certa para o vestibular
O curso de Licenciatura em Ciências, aprovado em abril no Conselho de Graduação (CoG) como o primeiro curso do convênio do projeto Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), ainda não tem calendário nem programa definido. A reunião do conselho, que estava marcado para esta quinta, 18, foi adiado para 6 de agosto. Nela seria aprovada o calendário do vestibular para o curso e traçaria os últimos acertos de seu cronograma. O adiamento suspendeu o vestibular, antes previsto para 2 de agosto. Os docentes do conselho garantiram que o vestibular não será neste ano.
A Secretaria de Ensino Superior afirma que as universidades serão responsáveis pela abertura do edital do vestibular. A realização do curso também está condicionada à assinatura do convênio entre a USP, a Fundação Padre Anchieta e a Secretaria. “Enquanto não for assinado o convênio, não é possível garantir as datas previstas para o vestibular”, disse a assessoria da Secretaria.
Os membros do CoG receberam a informação do adiamento via email. De acordo com Barbara Vallejos, representante discente (RD) no conselho, a Pró-Reitoria de Graduação não disse o motivo. Ela acredita que a resolução tenha sido influenciada pelos últimos acontecimentos na USP. “A reitora está muito pressionada”, avalia. “Não vão tratar de assuntos polêmicos agora”. Stephano Azzy, membro do DCE, avalia que, com o adiamento, o curso de Licenciatura em Ciências só ocorrerá no ano que vem.
Até o fechamento desta edição, a Pró-Reitoria de Graduação não havia respondido ao JC a respeito do tema. Bárbara entende que todo o processo de aprovação do curso pela Univesp foi apressado. “Na última reunião do conselho, passaram o projeto muito por cima. Não divulgaram nem quem iam ser os professores, ninguém sabe quem vai ser tutor, nem quantas serão as aulas presenciais”, relata.
De acordo com o professor José Cippola Neto, coordenador do curso, 50% das aulas serão presenciais e minsitradas aos sábados nos campi Butantã, Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos.
Até então, a USP divulgou que o processo seletivo para o curso se daria numa prova elaborada pela Fuvest com uma fase, com 50 questões de múltipla escolha e uma redação.
Nova licenciatura
Também estava para ser aprovado neste mês, na Congregação do Instituto de Matemática e Estatística (IME), o curso de Licenciatura em Matemática, também pela Univesp. No entanto, na Comissão de Graduação, a RD Thaicia Stona pressionou os membros pela não aprovação, argumentando que o curso não havia sido discutido com a comunidade. Com o adiamento, sem data prevista para nova apreciação, a nova licenciatura não constará entre os cursos oferecidos pela Fuvest neste ano.
“O curso parece que pode ser bom”, opina Thiago Araújo, membro do centro acadêmico. “Mas teve grande pressão para que fosse aprovado já em junho”, afirma. Docentes do CoG e a coordenadora do curso, Cristina Cerri, foram procurados pelo JC, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.
“Acho que foi feito com boa vontade”, mas o medo é que não seja implementado do jeito que é”, afirma, ao se referir às mudanças pelas quais o projeto pode passar no CoG. Ele ainda informa que a grade curricular do curso à distância é bem diferente do curso presencial já existente. “O curso tem até outro foco em alguns pontos”. Thiago afirma que o centro acadêmico pretende promover debates sobre o curso e pode ser realizado um plebiscito para consultar a opinião dos alunos da unidade.
Errata
Diferentemente do publicado na edição impressa do JC 354,Thiago Araújo não é representante discente do Instituto de Matemática e Estatística. A correção já foi feita na edição eletrônica. A reportagem da edição impressa também não trazia o nome da RD do IME, Thaicia Stona.