Uso de catracas na Unesp e Unicamp também gera controvérsia

A utilização de métodos de controle da passagem em espaços públicos causa divergências também em outras universidades estaduais de São Paulo além da USP. O uso de catracas é motivo de debate também na Unesp e Unicamp e divide opiniões entre os próprios estudantes. Na Unicamp, as catracas são realidade e causam protestos na comunidade universitária há anos.

No campus Araçatuba da Unesp funcionam os cursos de Odontologia e Medicina Veterinária. Em maio deste ano, a Reitoria da universidade anunciou um plano de segurança em parceria com o Banco Real e que permite, entre outros pontos, a instalação de catracas para dificultar o acesso às dependências do campus. O banco financiaria a instalação dos equipamentos de segurança e, em troca, os cartões necessários para o acesso viriam com o logotipo do banco.

Rafael Astolphi, vice-presidente do Centro Acadêmico Fabio Luis Bonello dos estudantes de Medicina Veterinária, explica que houve protestos por parte do corpo discente. Alguns alunos reclamam que as catracas impedem a passagem a um local público e também não concordam com a parceria com o banco. Astolphi afirma, também, que foi decidido em assembléia geral que os estudantes devem se envolver na instalação dos equipamentos. “Se comprovado que [o uso de catracas] terá efeitos negativos para a comunidade, iremos lutar para abolir essa idéia”, promete.

Já os alunos de Odontologia acreditam no bom funcionamento do sistema de catracas, como relata Renato Colenci, presidente do Diretório Acadêmico Professor Carlos Aldrovandi. De acordo com Colenci, os estudantes discordam que o sistema de segurança impedirá a entrada às dependências da faculdade, o que manteria o aspecto de espaço público de livre acesso no campus. Além disso, ele afirma que a maioria deles acredita que a medida inibirá os recentes furtos e assaltos que vêm ocorrendo nos últimos anos.

Colenci relata que a participação nas reuniões da diretoria da faculdade sobre a instalação das catracas não foi garantida nos estágios iniciais –  um laboratório já utiliza experimentalmente o sistema. COntudo, ele acredita que a situação seja diferente nas próximas fases da implantação. “Certamente seremos atendidos pela diretoria, ainda que os processos passem todos pela congregação e nós [representação discente] teremos acesso antes de serem aprovados e implantados”, afirma.

Unicamp

Na Unicamp, um sistema parecido funciona desde 2003 em parceria o Banco Santander, que comprou o Banco Real. A Reitoria autorizou a confecção de um cartão, que é necessário para entrada bloqueadas das dependências da universidade. A Reitoria justifica a ação afirmando que, assim, tem mais controle sobre a segurança no local.
Extremamente controversa, a implementação das barreiras causou revolta nos estudantes da Unicamp, que organizaram diversos protestos contra o cartão universitário, utilizado mediante débito nas agências do Santander.

A parceria deve continuar até o fim do ano e o banco, além de emitir cartões universitários, pretende automatizar o sistema de segurança em áreas de grande circulação da Unicamp, controlando o acesso a elas.