Navio do IO volta a funcionar em 2010

Contudo, devido ao histórico de problemas, a segurança da embarcação é alvo de desconfiança

O navio de pesquisas oceanográficas Professor Wladimir Besnard foi  centro de uma notícia falsa que afirmava a intenção de afundá-lo após 42 anos de funcionamento. A revista Mergulho havia declarado que a embarcação sofreria um naufrágio intencional e se tornaria um recife de corais no litoral paulista.

No entanto, em nota oficial a funcionários e alunos, a diretora do IO Ana Setúbal Valin classificou a informação como “descabida e irresponsável”. Em sua última edição, a própria revista Mergulho desmentiu a notícia.

O reinício das atividades da embarcação é previsto para fevereiro de 2010. O navio encontra-se hoje no porto de Santos, onde repara os danos do incêndio ocorrido no fim do ano passado. De acordo com o responsável pelo Prof. W. Besnard e assistente de apoio logístico do IO, Wilson Macedo, a reforma visa reforçar as medidas de segurança e modernizar a embarcação. O quadro elétrico principal será trocado e 13 outros painéis secundários serão implantados para evitar qualquer tipo de pane a bordo. A copa, os camarotes, os refeitórios da tripulação e dos oficiais serão recuperados com divisórias anti-chamas. A reforma ainda não tem orçamento, mas os custos serão divididos entre a seguradora (cerca de 70%) e a reitoria.

Opiniões divididas

Embora a embarcação seja vistoriada pela Capitania dos Portos e pela Sociedade Classificadora de Navios, as condições de segurança e de funcionamento ainda dividem opiniões entre os funcionários do IO.  O técnico eletrônico Wilson Natal, do Laboratório de Instrumentação Oceanográfica, se negou a embarcar na última expedição e afirma que mesmo com as reformas não viajaria a bordo. “O Besnard tem todos os documentos que comprovam sua segurança, mas ele continua a quebrar. Parece que vai para reforma e volta pior”, declarou Natal.

Já o professor Ilson da Silveira garante que embarcaria sem preocupações. Segundo ele, o navio deve ser entendido como um carro antigo, isto é, requer mais atenção e pode chegar a ter problemas. No entanto, “com os devidos certificados de segurança, que são bastante rígidos, o Besnard está pronto para qualquer tipo de missão”.

O professor afirma também que, em relacão à produção de conhecimento, “não há outro navio de pesquisas tão importante no país. O Besnard é imprescindível para o desenvolvimento da Oceanografia.”

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