Beisebol e softbol universitários ganham jogos oficiais

Segunda rodada aconteceu no último fim de semana; equipes da Poli, Med e Farma estão classificadas para as finais
Sem campo, atletas treinam em gramado no Cepeusp (foto: Heloisa Brenha)
Sem campo, atletas treinam em gramado no Cepeusp (foto: Heloisa Brenha)
Descendentes de japoneses predominam nos esportes (foto: Yuri Gonzaga)
Descendentes de japoneses predominam nos esportes (foto: Yuri Gonzaga)
Time da Farmácia é um dos que praticam no campus (foto: Heloisa Brenha)
Time da Farmácia é um dos que praticam no campus (foto: Heloisa Brenha)

Um terço das equipes finalistas do 1º Campeonato Brasileiro de Beisebol e Softbol Universitário é da USP. O CBBSU é o primeiro campeonato oficial entre faculdades, chancelado pela Confederação Brasileira. Nele se inscreveram 24 times, sendo que quatro disputam as finais de beisebol e oito, as de softbol, incluindo as duas equipes da Escola Politécnica, e as equipes de softbol da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e da Faculdade de Medicina. As finais serão nos dias 7 e 8 de novembro.

O beisebol e sua versão mais leve, o softbol, estão presentes em mais de 12 atléticas da USP. O primeiro é modalidade masculina e o segundo, feminina. Ainda é comum a formação de times mistos de softbol para amistosos e campeonatos informais.

A psicóloga e professora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), Katia Rubio, explica que o beisebol foi introduzido no Brasil pela comunidade japonesa e por muitos anos ficou restrito a ela. O motivo, além da “monocultura do futebol” no Brasil – que, segundo a professora, inibe o desenvolvimento de outras modalidades – é que o beisebol se estruturou no país em torno da tradição familiar japonesa. “Toda a parte técnica foi desenvolvida [no Brasil] por gerações daqueles que eram atletas, depois se tornaram treinadores e nunca se desligaram da modalidade em si”.

Entretanto, Rubio aponta que o perfil do jogador de beisebol está mudando no país, pois “há um número crescente de gaijins, praticantes não-descendentes de orientais”. A mesma mudança é observada pelos jogadores da Poli: “Antes só entravam japoneses no time”, diz Willian Konishí, diretor de modalidade (DM) do beisebol, mas hoje “de cada cinco jogadores que entram, um é brasileiro”, estima Monica Inuma, DM do softbol.

A universidade é um dos principais espaços de democratização do beisebol e do softbol no Brasil. Jovens que não tiveram contato com esses esportes pela escola ou pela família, os conhecem por meio de amigos e da divulgação das Atléticas, e treinam para campeonatos,
como o Interusp e, agora, o CBBSU.

No entanto, mesmo para universitários há obstáculos nessas modalidades como falta de infraestrutura e preço do equipamento. O Centro de Práticas Esportivas (Cepeusp), por exemplo, não tem campo de beisebol. Os atletas têm de alugar campos externos ou treinar no gramado ao lado do Velódromo. “Quando chove, vai na lama mesmo!”, ri Jun Umezu, jogador da Farma.

Equipar-se para os jogos também sai caro. Angela Kanayama, que joga softbol pela Poli, considera ter gastado cerca de R$500 em luva, taco, chuteira e uniforme. Os atletas costumam adquirir os dois primeiros quando algum colega viaja para Japão, pois o custo é muito menor do que os importados daqui.