Escolhas gráficas questionáveis

A apreciação geral da edição é positiva. O leitor é adequadamente informado das ocorrências mais relevantes no âmbito da instituição. Algumas observações, no entanto, justificam a coluna. Na primeira página, a foto mais extensa é inadequada. O melhor foco registra a cabeça, por trás, de uma oradora. O pior foco indica o número de ouvintes no auditório. Ainda na primeira página, a linha fina que enquadra a chamada sobre “novos campeões da USP” é estratégia gráfica de resultado duvidoso.

Excelente a discussão proposta pela Opinião, na página 2. O tema e os debatedores resultam de uma opção editorial feliz. Também merece elogios o trabalho de Lucas Hirata sobre os Vigilantes do IME. Já o caos gerado pela chuva merecia maior atenção. A manifestação de alguma vítima enriqueceria a informação. Afinal, a aderência institucional dos critérios editoriais deveria ser respeitada também nesse caso.

Na página 4, nas notícias referentes aos prêmios outorgados à Medicina e à ECA, os nomes dos prêmios e dos projetos não mereceram discriminação gráfica, tornando confusa a leitura. Assim, em “primeira colocada no prêmio Cidadania sem Fronteiras, Bandeira Científica mobiliza oito faculdades da USP”, o uso do itálico seria bem vindo. Acredito que, por se tratar de premiação legítima que indica reconhecimento de mérito acadêmico, os artigos poderiam ter explicitado os nomes dos participantes ou coordenadores.

Concluindo esta coluna, Em Pauta só merece elogios e Cultura indica muito boa opção editorial. A lamentar o destaque dado a Lula, artifício que reproduz vícios consagrados, e o equívoco gráfico que nos oferece, em página tão bem trabalhada, uma entristecedora e significativa tarja branca, ao lado da foto de Raul Castel.

Clóvis de Barros Filho é professor livre-docente de ética na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo. Fale com o ombudsman.