GP Poli passa a integrar Virada Esportiva

Tradicional corrida de carrinhos de rolimã reuniu cerca de 170 corredores e fez parte do evento promovido pela Prefeitura
Competidores na rua do Matão. Por segurança, percurso foi isolado e teve sua lateral coberta de feno (foto: Amanda Previdelli)
Competidores na rua do Matão. Por segurança, percurso foi isolado e teve sua lateral coberta de feno (foto: Amanda Previdelli)

Churrasco, cerveja, amigos, família reunida, crianças brincando. Poderia muito bem ser uma festa, mas era o 47º GP Poli-NSK, tradicional corrida de carrinhos de rolimã organizada há mais de 20 anos pelos alunos do Centro Acadêmico da Mecânica da Escola Politécnica.

O evento aconteceu no último dia 19, sábado, e contou com 170 competidores. As primeiras baterias começaram por volta das 8h da manhã. Os participantes e seus carrinhos eram levados por um caminhão até o começo da Rua do Matão, perto do estacionamento da Biologia. De lá era dada a largada e os competidores iniciavam o percurso que consistia em descer a rua até chegar à FAU, onde se encontravam os boxes (e o churrasco).

André Mello, um dos organizadores, lembra que o principal objetivo do GP Poli é mesmo a diversão, “o evento começou como um trabalho acadêmico, mas hoje organizamos por gosto e temos atraído um público cada vez maior. Dessa vez o GP inclusive faz parte da Virada Esportiva, organizada pela Prefeitura de São Paulo”.

Alguns participantes, no entanto, levam a competição um pouco mais a sério, como o casal Ricardo e Natália Meca. Com o mesmo carrinho, ela foi campeã da bateria feminina e ele chegou à final geral. “Uso o que sei da física na hora de construir o carrinho. Ele precisa ser longo e fino, mas também estável. É preciso encontrar o limite entre a estabilidade e a largura”, explica Ricardo, ex-aluno da USP e professor de física, que já participou de 14 GPs.

Já  a competidora Maria Lúcia Ferreira Amaral, de 68 anos, estava na sua estréia, “meu marido leu em um jornal do bairro sobre essa corrida. Viemos aqui na USP para me inscrever e ele construiu o carrinho para mim. Competi hoje e adorei a experiência, ano que vem com certeza estarei aqui novamente”, conta.

Entre as corridas, há atrações para o público, como o entregador de pizzas acima (foto: Amanda Previdelli)
Entre as corridas, há atrações para o público, como o entregador de pizzas acima (foto: Amanda Previdelli)
Segurança

A maior preocupação dos organizadores foi com a segurança dos competidores, já que a cada bateria pelo menos um piloto derrapava, perdia o controle do carrinho, batia na lateral da pista ou em algum adversário. “Para evitar acidentes mais graves tomamos providências como isolar a pista, cobrir toda a lateral de feno, deixar duas ambulâncias de plantão, obrigar o uso de capacetes, além de outras recomendações”, assegura André Mello.

O campeão

A corrida final só aconteceu às 19h e, pela 4ª vez, Paulo Ciampa foi o vencedor. Além de campeão geral, recebeu também o prêmio de melhor projeto de engenharia. Formado em Engenharia Elétrica na Poli, compete desde o 32º GP, “Assim que soube do GP já quis participar. A ideia era a festa mesmo: o clima era de reunião de amigos no fim de semana e de resto era o desafio e a emoção na ladeira. Hoje, o GP faz parte do meu lazer e é uma tradição”.

Sobre seu desempenho na prova, ele explica: “Meu carro é resultado de um estudo cuidadoso das principais características do GP de rolimã. A Rua do Matão é uma ladeira de 700m de comprimento, com três lombadas e onde se atinge mais de 70km/h. Então é importante ter segurança, estabilidade, e por fim, ter a velocidade”.