Ipen reivindica reajuste salarial e mais contratações

Cartazes de protesto es­tampam a fachada do Ins­tituto de Pesquisas Ener­géticas e Nucleares (Ipen) e um ato público acontece no dia 6, em Brasília. A As­sociação dos Servidores do Ipen (Assipen) reivindica a reabertura de negocia­ções de reajuste salarial, a contratação de mais fun­cionários por concurso público e o pagamento de horas-extras.

Conforme Hidetoshi Takiishi, membro da di­retoria da Assipen e do Sindsef (Sindicato dos Trabalhadores no Ser­viço Público Federal de São Paulo), o quadro de funcionários do Ipen está muito reduzido, pois o último concurso público foi há dez anos.

Principais solicitações são mais funcionários e pagamento de horas-extras (foto: Amanda Previdelli)
Principais solicitações são mais funcionários e pagamento de horas-extras (foto: Amanda Previdelli)
Radiofármacos

Há uma crise de abas­tecimento de Molibdê­nio-99, elemento radioa­tivo que é matéria-prima do radiofármaco Tecné­cio-99m, usado em mais de 80% dos exames de medicina nuclear para diagnóstico de tumores, problemas pulmonares, hepáticos e renais.

O Molibdênio é im­portado da Argentina e só chega ao Brasil nas sextas-feiras à noite. Por se tratar de um material de vida útil muito curta, os funcionários precisam trabalhar aos finais de semana, segundo Regina Lima, técnica de aplicação de radioisótopos e diretora da Assipen. Mas a Comis­são Nacional de Energia Nuclear (CNEN) se recusa a pagar as horas-extras, pois estas são restritas a 90 no setor público.

O Ipen é o único produ­tor brasileiro de geradores de Tecnécio-99m, mas só consegue suprir 50% da demanda. Por isso, foi que­brado o monopólio estatal desses geradores e empre­sas privadas estrangeiras estão vendendo o produto aos hospitais brasileiros.