Nomeação de salas é polêmica na FDUSP

O resultado do requerimento sobre a legalidade da nomeação de duas novas salas da Faculdade de Direito está na pauta da reunião da Congregação de 29 de outubro. A questão de conceder nomes de doares às salas já foi tema de plebiscito do Centro Acadêmico e divide alunos e docentes.

Alguns membros da comunidade acadêmica acreditam que dar nomes de doadores a espaços da Faculdade em troca de favores deslegitima a doação. Fábio Dutra, membro do Centro Acadêmico, acredita que deve haver interesse pelo bem da Faculdade e não pela auto-promoção.

Segundo o professor Eduardo Marchi, “nada impede que algum espaço tenha o nome de um aluno desde que a sua história esteja vinculada a um acontecimento fundamental da Faculdade”. O Parecer jurídico da FEA, ao qual Marchi teve acesso, informa que deve ser feita uma espécie de licitação oferecendo reforma no espaço e homenagem com placa de agradecimento. Entretanto o diretor da Faculdade, João Grandino Rodas, não respondeu se houve processo de licitação e afirmou que somente a família do banqueiro Pedro Conde e o escritório Pinheiro Neto apresentaram interesse nas reformas.

Já o presidente da Associação dos Antigos Alunos, José Carlos Madia, acredita que se deve “expressar o reconhecimento a esses benfeitores, que de forma concreta comprovam seu amor a São Francisco. Inclusive, e sobretudo, para incentivar outras iniciativas de Antigos Alunos”.

Atendendo ao pedido de alguns membros da Congregação, a Diretoria da Faculdade nomeou o professor Edmir Netto de Araújo para elaborar um parecer sobre a legalidade da questão e apresentá-la na quinta-feira. Procurado pelo Jornal do Campus, o professor disse que ainda não pode se manifestar, pois ainda busca “um parecer político”.