Oliva lidera no 1° turno da eleição

Os oito candidatos oficiais seguem na disputa e, segundo professora, iniciarão barganha por votos
A apuração do primeiro turno aconteceu no dia 20 de outubro (foto: Assessoria USP)
A apuração do primeiro turno aconteceu no dia 20 de outubro (foto: Assessoria USP)

Os resultados do 1º turno das eleições para reitor da USP. Os oito candidatos oficiais foram confirmados. Os votos podem ir para qualquer professor titular, não necessariamente declarado concorrente ao cargo.

A professora Zilda Yokoi, do departamento de História, afirma que os resultados do primeiro turno não são significativos. “Os membros que votam nesse primeiro turno majoritariamente não participam do segundo. São dois processos isolados um do outro”.

Ela enfatiza que, a partir deste momento, acontecerão uma série de acordos não explicitados. “Agora os candidatos vão buscar dentro dos oito quais são os candidatos que vão compor a lista tríplice consigo, para organizar seu eleitorado para votar nessa direção. As bases não são tão fiéis, agora há muita barganha”.

Ela disse ainda que alguns candidatos muitas vezes nem entram na disputa para serem reitores de fato, não tendo “cacife” para isso. “Há candidatos que fazem todo um movimento de puxar a discussão porque têm interesse em certo lugar, como uma Pró-Reitoria, etc. E esses acordos nunca são explícitos. Os candidatos sempre ganham algo, a não ser que haja posições antagônicas”.

No segundo turno, ela explica que o fato de haver três apurações só aumenta esse processo de “negociata”. “No primeiro escrutínio, cada grupo vota no seu candidato. A partir dos resultados, começa um episódio muito feio de negociações”.

Votos por candidato (arte: Priscila Jordão)Conservadorismo

Para Yokoi, a maioria dos que têm voz na administração da universidade são conservadores. “Hoje a USP é mais elitista do que em sua inauguração”, diz.

Além disso, a professora defende que a instituição não tem participado das discussões polêmicas do país. “Você já viu [a USP] se pronunciar diante de alguma questão essencial do Brasil? Não, porque ela não se pronuncia”, diz.

Democracia

A atual reitora, Suely Vilela, estava presente na apuração. Ao ser questionada sobre democracia no sistema eleitoral da USP, Vilela disse ter instalado, na primeira reunião do Conselho Universitário, uma comissão para discutir a reforma do estatuto.

No entanto, havendo, segundo ela, uma seqüência (antes a carreira docente, depois a estrutura de poder e etc.), não foi possível dar cabo a essa questão.