Barulho no vão da FFLCH atrapalha aulas

Professores e alunos reclamam dos ruídos causados por manifestações no prédio da História e Geografia

Manifestações no pátio interno do prédio de História e Geografia têm atrapalhado as aulas. Organizado por estudantes e membros do Sintusp e Adusp, o barulho, amplificado pelas caixas de som, ecoa nas salas e impede as atividades de aula.

Dia 15, durante Assembleia Geral do DCE, o professor Luis Antonio Bittar Venturi não pôde seguir com o trabalho. “Iríamos discutir método e precisávamos de concentração e silêncio. O professor conta que já chegou a descer para falar com os manifestantes. “Foi um desgaste. Eles falaram mais alto e por mais tempo. Prossegui a aula com muita dificuldade.”

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DCE faz assembleias no vão para atrair mais gente (foto: Lucas Rodrigues)

No período noturno, em que o professor dá aula, há mais de 300 alunos no prédio. Na Assembleia, o número de manifestantes não passava de 100.  Segundo ele, muitas pessoas são prejudicadas por ruído gerado por poucas.
Aluno do professor Luis Antonio, Fernando Soares demora cerca de duas horas para chegar à USP. Dia 15 ele desceu ao espaço para dizer que era a quinta aula que perdia em virtude do barulho e sugerir que as reuniões fossem feitas na sede do DCE, “ocupada para esse tipo de encontro”. Sua proposta foi votada e a maioria foi favorável a usar o Auditório da História na próxima reunião.

Segundo a diretora do DCE, Kraly Machado, as atividades não são feitas na sede porque esta não se encontra perto de nenhuma unidade de ensino. “No prédio da História, fica mais fácil juntar os estudantes e chamá-los para participar”.

De acordo com o presidente da Comissão de Qualidade de Vida e Segurança do Prédio da História e Geografia, Jurandyr Luciano Sanches Ross, os professores foram orientados a reclamarem  por escrito. Mediante os documentos, foi realizada uma reunião no último dia 19 com a direção da Unidade. A decisão foi a de continuar com a diplomacia e a conversa. Decidiu-se também por uma reunião para discutir “um pacto de convivência”, sem data definida.

Segundo Ross, alunos, professores, sindicatos e associações têm o direito de usar o espaço “desde que um não atrapalhe os outros”. Dentre as possíveis medidas a serem tomadas está a restrição do uso de energia elétrica no espaço e o controle da entrada de pessoas no prédio. “Que fique bem claro que não desejamos tomar essas medidas.” Quanto a mudar os professores de sala, afirma que não há condições.

Para o professor Luis Antonio, os alunos não podem deixar que somente a chefia ou o professor resolvam. “Eles têm que tentar se entender com os colegas, por serem a maioria, inclusive”.