Diagramação é ponto positivo, mas conteúdo ainda é falho

De tanto criticar a diagramação do jornal acho que consegui produzir um efeito bem positivo. A última edição foi a melhor no quesito diagramação e estética. Ainda não está totalmente perfeito. Na página 4, por exemplo, a foto que ilustra “Internet do CRUSP é falha” está pouco nítida. Na página 5, em “Notas”, a foto parece ter baixa resolução. O ponto positivo foi a diagramação da capa que sem dúvida instigou a leitura do jornal.

Há entretanto alguns problemas no tocante à postura do JC. Na primeira página o título “Denúncia de plágio envolve Suely” induz o leitor ao erro e prejudica a imagem da reitora. Afinal, estamos falando de uma aluna que pertence a um grupo de pesquisa ao qual a reitora faz parte. Outro ponto negativo nesta matéria: qual a posição da aluna ou da reitora sobre as denúncias? Qual o motivo que levou o JC a buscar a opinião de ilustres docentes da universidade e ignorar as partes envolvidas?

Nas notas da página 5 somos informados que a “XI Festa do Livro dá desconto de 50%”. Este evento anual tão importante, esperado ansiosamente por docentes e discentes da universidade, ganhou uma simples nota. Fica então a pergunta: Se o jornal é “do Campus”, porque a matéria sobre a “revitalização do centro de SP” tem destaque maior do que a tão esperada Feira do Livro?

Na matéria “Softbol uspiano é campeão nacional” faltou uma maior sensibilidade para com o leitor. Afinal, a maioria das pessoas não sabem o que é Softbol – fato que não torna a notícia menos importante. Ao invés de ser uma matéria estritamente narrativa, ela poderia explicar um pouco mais sobre o Softbol e falar da importância do título, por exemplo.

O encarte continua mantendo sua boa qualidade.

Clóvis de Barros Filho é professor livre-docente de ética na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo. Fale com o ombudsman.