Nova graduação gera polêmica entre RDs

NCE estuda a criação do curso há mais de 10 anos (foto: Ricardo Bérgamo)
NCE estuda a criação do curso há mais de 10 anos (foto: Ricardo Bérgamo)

O Conselho Universitário (CO) aprovou, no último dia 17, a criação do curso de licenciatura em Educomunicação na Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP). O curso, que será ministrado a partir de 2011, abrirá anualmente 30 vagas para o período noturno. A aprovação, no entanto, ainda é polêmica entre representantes discentes (RDs) e membros do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC).

Segundo Aline Tavella, RD do CO que votou contra a aprovação do curso, não houve discussão ampla dentro da ECA sobre o assunto. Ela também acredita que seu processo de criação “passou correndo” pela Faculdade de Educação.

Ela entende a importância da área, que visa atuar junto a jovens para o desenvolvimento de uma leitura crítica dos meios de comunicação e fazê-los entenderem-se, também, como produtores de informação. Contudo, acredita que é questionável a criação de uma nova graduação ao invés da disponibilizar a opção da licenciatura (que traria aprofundamento em temas pedagógicos) aos bacharelados em Comunicação Social.

Ismar Soares, idealizador do novo curso e Coordenador Geral do Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Educação (NCE), acredita que o debate não foi tão abrangente porque a participação de alunos neles é pequena, mesmo em grandes temas. Segundo ele, “o desconhecimento do tema é genérico”, mas a criação do curso trabalha com uma realidade que é forte e está presente – a dos profissionais que trabalham com comunicação e educação. Antes, embora houvesse sintonia entre essas ações, elas não eram nomeadas como agora serão.

No mais, ele explica que o NCE estuda a criação desse curso há mais de uma década. “Para nós, ir pra graduação já era um passo necessário”, diz. Com a Educomunicação, o CCA, que antes abrigava o ciclo básico da Comunicação Social (extinto desde a reforma curricular de 1994), passará a abrigar uma graduação.

Soares conta que o novo curso, inédito no Brasil, visa formar articuladores entre processos comunicacionais e educativos em mídias, escolas e ONGs. Segundo ele, as pesquisas do NCE apontaram que já existe um campo estabelecido na Educomunicação e que 10% dos alunos formados na ECA vão para a área educacional.

Ele ressalta ainda a existência, na grade curricular do curso, de disciplinas que visam a educação à distância. Segundo ele, o educomunicador também poderá ser um mediador entre o professor, aparato tecnológico e alunos, acrescentando um recurso humano necessário ao processo pedagógico à distância.