A nova regra do vôlei masculino, conhecida como Golden Formula (Fórmula de Ouro), pode trazer melhorias à modalidade, mas dificilmente será aplicada em categorias amadoras, como o esporte universitário. A afirmação é de profissionais que treinam ou já treinaram equipes da USP.
As determinações dessa regra (veja infográfico abaixo) pretendem deixar o jogo mais disputado, ao evitar ataques perto da rede logo no inicio do ponto. Dessa forma, a bola ficaria mais tempo em jogo. Os especialistas no esporte divergem a respeito da eficiência da Fórmula. A FIVB (Federação Internacional de Voleibol) ainda está testando as mudanças, como visto no Mundial de Clubes, disputado no Catar neste mês.
O problema, segundo os treinadores, é a necessidade de atacar atrás da linha de 3 metros. “Os jogadores não têm altura suficiente para fazer o ataque de fundo. Em treinos você vê que os meios, que são bons atacantes na rede, têm muita dificuldade de atacar atrás da linha”, afirma Bruno Assoni, que já trabalhou com o time da Biologia masculino e da Odontologia feminino.
De acordo com Rodrigo Nicoletti, treinador dos times da Poli, a bola de fundo no vôlei universitário é usada só como uma opção tática, mas o comum são os ataques junto à rede. “Com essa nova regra, os meios ficam só bloqueando, porque têm muita dificuldade de atacar por trás. Exige um esforço de salto muito grande”, diz Nicoletti.
Mesmo se a regra for aprovada apenas para torneios profissionais masculinos, o vôlei não será muito beneficiado, para Luis Fernando Caineli Rosa, treinador do time feminino da ECA. “Hoje o jogo é rápido e dinâmico. Ao impedir o primeiro ataque pela rede, o vôlei ficará mais lento e previsível”.
“A regra pode funcionar, mas exigirá um nível de treinamento muito mais rigoroso”, opina Felipe Mochiute, que dirige a equipe feminina do IME. Segundo ele, os reflexos devem demorar a ser sentidos pelos atletas universitários. Ou seja, a Golden Formula não deve ser testada nos módulos do Cepe no futuro próximo.
