Oposição às eleições divide especialistas

O ex-candidato a reitor, Walter Colli, afirmou ser contrário à manifestação que impediu a votação do segundo turno. “Foi atitude de uma minoria irresponsável que vai contra as pessoas que querem estudar e pesquisar”, diz. Ele afirma que o adiamento para o dia 11 e transferência do local de votação para fora do campus eram as únicas alternativas possíveis.

Como o Estatuto da USP determina que o adiamento não deve passar de 24 horas, Colli defende a votação fora da USP para que se possa chamar a polícia e garantir a viabilidade do processo eleitoral.

Já o sociólogo Ricardo Musse enxerga um crescente descompasso entre os diversos setores da USP, o que teria tornado inevitável o adiamento. Segundo ele, “a mobilização foi um desdobramento de uma série iniciada com a invasão da Reitoria, reivindicando autonomia à universidade”.

A falta de diálogo entre as categorias e a reitora Suely Vilela teria intensificado a tensão que culminou no protesto do segundo turno. “O movimento estudantil e o Sintusp não consideram o estatuto legítimo”, diz. “Eles sentem-se descontentes e não poderiam ficar de braços cruzados”, completa o sociólogo.