A ocupação da Coordenadoria do Campus da USP de Ribeirão Preto, iniciada em sete de outubro, teve fim no último dia treze. A ação foi um protesto contra a normativa que proibia a venda de bebidas alcoólicas em festas no campus, além de exigir autorização da Coordenadoria para realização de atividades organizadas pelos estudantes.
Os alunos que participaram do movimento, formado principalmente por estudantes da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), desocuparam o prédio porque a normativa foi suspensa até dezembro. Segundo Rafael Morita, presidente da Atlética da FFCLRP, a suspensão aconteceu após vários diretores de unidades considerarem a norma abusiva e injusta.
Morita crê que, na próxima reunião do Conselho Gestor, em dezembro, os interesses estudantis serão levados em consideração.
Força do álcool
Débora Manzano, diretora do DCE, afirma que a venda de bebidas alcoólicas em festas é uma das principais fontes de autonomia financeira das organizações estudantis. De acordo com Morita, 80% da renda anual da Atlética vêm das festas. “Para auferir lucro nas festas, é essencial a venda de bebidas alcoólicas”, acrescenta.
“Somos bombardeados o tempo todo com estímulos à bebida”, afirma Elmir de Almeida, professor de Psicologia e Educação de Ribeirão Preto. Ele acredita que é preciso rediscutir o lugar da bebida na sociedade. “A discussão que temos é feita de forma hipócrita”, explica. Ele defende ainda que as festas são um espaço importante de convivência. “Não entendo muito uma normativa que suspenda esses eventos”, diz.
