Noticiado no Portal R7, um suposto abuso no trote da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) provocou inquietação entre os alunos da faculdade. Os abusos teriam sido observados por uma aluna da FFLCH, mas calouros da FMVZ negam terem sido humilhados e alegam diferenças culturais entre faculdades.
A reportagem, publicada em 08/03, traz o relato de Lígia Petrini, aluna de geografia, que viu o trote aplicado aos calouros. Em entrevista ao Jornal do Campus, a aluna diz que os calouros foram levados ao Restaurante Central por veteranos que cantavam musicas de “tom machista e homofóbico”. Alguns calouros ainda tiveram seus garfos retirados para que comessem usando apenas facas, conta Lígia.
Uma caloura da FMVZ, que preferiu não se identificar, confirma todos os eventos relatados sobre o trote, mas nega que tenha se sentido ofendida. “Os veteranos incentivavam os bixos a cantarem, mas nada era obrigado. E não vi ninguém ofendido com nenhuma brincadeira”, diz a caloura. A reportagem ouviu 12 calouros e nenhum disse conhecer alguém que tenha se sentido intimidado durante os trotes.
Até o fechamento desta edição, a FMVZ nem o disque-Trote haviam registrado denúncias a respeito do caso. Em 2009, a FMVZ foi a ganhadora do prêmio de melhor recepção aos calouros.
Procurados pelo JC, o Centro Acadêmico e a Associação Atlética da FMVZ disseram que não tiveram conhecimento de qualquer constrangimento por parte dos novos alunos. E informam que as atividades de recepção possuem um caráter lúdico e integrativo, jamais visando a humilhação dos envolvidos.
Festeca
No começo deste mês, um cartaz da Festeca, festa de recepção aos calouros da Escola de Comunicações e Artes, trazia a frase “Ecana vagabunda… Eu bem que avisei”. O texto faz referência a uma canção similar à que foi cantada no trote da FMVZ e é recorrente em outras unidades da USP. Na época do ocorrido, a atlética da ECA, em nota, pediu desculpas pela “brincadeira mal colocada” e disse que os cartazes seriam retirados.