Imprevistos adiam mudança do MAC

Atraso na reforma adia transferência do MAC-USP para o prédio do Detran (foto: Hugo Neto)
Atraso na reforma adia transferência do MAC-USP para o prédio do Detran (foto: Hugo Neto)

A mudança do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Cidade Uni­versitária para o antigo prédio do Detran foi no­vamente adiada. A Secre­taria de Cultura do Estado de São Paulo prevê que a inauguração da nova sede do museu, marcada para acontecer em maio, ocor­ra somente no segundo semestre deste ano. O ór­gão alega ter encontrado imprevistos na reforma, como a necessidade de recuperação da estrutura do edifício.

Essa é a segunda vez que a inauguração da nova sede do MAC é adiada. O prazo original, junho de 2009, foi descartado. O Conselho Municipal de Preservação do Patrimô­nio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) vetou o projeto das novas instalações do museu, submetido por Oscar Nie­meyer e orçado em R$ 120 milhões. O Conselho alegou que a proposta modernizante do arquite­to alterava características históricas do edifício, também desenhado por ele e tombado pelo pa­trimônio histórico. Con­trariando informações divulgadas em 2008, a Secretaria negou que o valor do projeto, acima do orçamento disponí­vel, tenha contribuído para a reprovação do de­senho apresentado por Niemeyer.

O novo projeto está orçado em R$ 80 milhões. O restante será gasto em reformas no imóvel. A di­minuição no orçamento, segundo a Secretaria, se deu pela substituição do antigo projeto pelo atual, sem qualquer partici­pação de Niemeyer. Em entrevista ao JC, a esposa do arquiteto, Vera Lúcia Cabreira, negou declara­ções anteriores de que o veto do Conpresp tenha incomodado Niemeyer.

“O MAC? Onde fica?”

A decisão de mudar o museu para o Detran foi tomada em 2007 por de­creto assinado pelo então governador do Estado José Serra. A ex-diretora do MAC, Lisbeth Rebollo, cujo mandato se encerrou na última sexta (16), ex­plica que, ao longo de sua história, o museu buscou uma sede que o tornasse mais acessível à socieda­de. “Com o novo ende­reço para as atividades, o museu se tornará mais conhecido de todos, desa­parecendo a pergunta: ‘O MAC? Onde fica?’”.

Ela também acredita que a saída do museu da Cidade Universitária não prejudicará o seu público habitual. Com o novo projeto, o prédio dentro da USP passaria a contar com mais salas de aula para disciplinas optativas, cursos de especialização e pós-graduação.

Outro benefício ob­servado por Lisbeth é o aumento da capacidade expositiva: o MAC conta­rá com uma área de 12 mil m² para exposições. Isso permitirá que o museu ex­ponha quase 10% do seu acervo – com cerca de 10 mil obras – contra os atu­ais 3% dispostos em 1800 m².

O novo diretor do MAC, Tadeu Chiarelli, deverá cuidar do resto do processo de transferência. O anúncio da nomeação de Chiarelli por Rodas foi feito na quarta-feira (21), no Diário Oficial de São Paulo. O reitor fez a escolha a partir de uma lista tríplice, também composta por Murillo Marx (FAU) e Ra­quel Glezer (FFLCH). A vice-diretora permanece sendo Helouise Costa, cujo mandato se encerra no dia 13 de julho.