MPF investiga mudança de biblioteca na FD

O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para investigar a mudança das bibliotecas da Faculdade de Direito (FD) ocorrida em janeiro. A Procuradora Geral da República Ana Carolina Bandeira Lins visitou a faculdade do largo São Francisco no dia 24 de março para averiguar a situação. Segundo ela, as péssimas condições de transporte, armazenamento dos livros e a demora da entrega do acervo ao público justificam a investigação.

O MPF deu um prazo de 10 dias úteis, a partir do dia 25 de março, para o diretor da FD, Antônio Magalhães, divulgar os documentos sobre o processo, como o contrato da empresa responsável pela mudança e as licenças da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros para o funcionamento da biblioteca. A portaria que autoriza a mudança do acervo foi assinada pelo ex-diretor da FD, João Grandino Rodas, em seu último dia no cargo,
antes de tomar posse como reitor da USP.

Além do pedido dos documentos, a procuradoria exigiu o desempilhamento, a abertura das caixas com livros e a garantia de acesso ao acervo no prazo máximo de 30 dias úteis. Magalhães garantiu que os documentos serão divulgados e que já trabalha para regularizar a situação. Segundo ele, ainda não é possível falar em datas: “se não for possível cumprir o prazo, vamos atrasar apenas alguns dias”.

O ex-diretor da FD, Eduardo Vita Marchi, divulgou uma carta aberta aos alunos no dia 24 de março, taxando a mudança de “desastrada” e questiona a legitimidade e transparência do processo. Marchi entende que há motivo para a abertura de sindicância sobre o caso. Magalhães não quis comentar a carta do ex-diretor, pois já houve um desentendimento entre eles na última Congregação da FD.