Sintusp indica possibilidade de greve

Em paralisação, sindicato acirra discurso e promete ações caso suas exigências não sejam atendidas

Ato reuniu funcionários em passeata entre o prédio da História e o Portão Principal da USP (foto: Mariana Midori)
Ato reuniu funcionários em passeata entre o prédio da História e o Portão Principal da USP (foto: Mariana Midori)

Os sindicatos dos servidores das três universidades estaduais (USP, Unicamp e Unesp) promoveram uma paralisação no dia 30 de março pelo aumento salarial da categoria. Eles reivindicam, aos demais funcionários, a extensão do reajuste salarial de 6% concedido aos professores universitários pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp).

Na cidade Universitária, a mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e contou com uma passeata de cerca de 300 pessoas, que partiu do prédio da História em direção ao portão principal da universidade. A manifestação fechou as avenidas Alvarenga e Valdemar Ferreira por cerca de 20 minutos, e depois se dirigiu para o prédio da reitoria. O Sintusp declarou que pretende organizar greve com ocupação de prédios administrativos se suas reivindicações não forem atendidas.

Viaturas da guarda universitária acompanharam todo o protesto. O reitor da Universidade, João Grandino Rodas, recebeu uma comissão de funcionários em que foram comunicadas as pautas da campanha salarial do sindicato para esse ano. No mesmo encontro, Rodas encaminhou ao reitor da Unicamp, Fernando Costa, atual presidente do Cruesp, a solicitação de reunião do sindicato com a entidade até o dia 19 de abril.

Mesmo tendo ocorrido durante a Semana Santa, quando as aulas na Universidade estavam suspensas, a importância do ato foi justificada pelos sindicatos como uma maneira de apressar as negociações pela isonomia entre funcionários e professores sem que isso interfira nas pautas da campanha salarial de 2010. As reivindicações deste ano incluem um reajuste de 16% nos salários mais a parcela fixa de R$ 200,00. Segundo Aníbal Cavali, um dos diretores do Sintusp, essa parcela fixa seria “um mecanismo para diminuir o fosso salarial entre docentes e funcionários”.

A escolha da data teve também relação com a entrega do protocolo da pauta de reivindicações feitas ao Cruesp pelo Fórum das Seis, entidade que reúne funcionários, docentes e estudantes das três universidades estaduais nas discussões de pautas unificadas.

Além destas, as demais pautas das assembleias e negociações com a reitoria incluem a readmissão de Claudionor Brandão, ex-funcionário e ex-diretor do Sintusp, o fim dos inquéritos policiais e processos decorrentes das ocupações de 2007 e fim da terceirização excessiva de funcionários.

Desde 2000, o Sintusp já realizou sete greves, cada uma com duração média de um mês. Apenas em 2001, 2003 e 2008 os funcionários não paralisaram suas atividades.