Diretora do Cinusp quer nova sala de cinema

Há pouco menos de um mês na diretoria do Cinusp, a professora do departamento de Cinema, Rádio e Televisão, Esther Hamburger, afirma ter consciência dos problemas do projeto e estuda melhorias – incluindo infra-estrutura e a criação de outras salas de exibição na USP. Em funcionamento desde 1993, o Cinusp enfrenta uma má divulgação crônica de suas projeções e o espaço limitado para mostras e eventos. Ao mesmo tempo, é uma das poucas alternativas a filmes comerciais na cidade de São Paulo.

Exibindo os filmes tidos por muitos como cults, o Cinusp possui uma lista de vários projetos, lembra Esther. Há parcerias com festivais como o É Tudo Verdade e o Festival de Curtas, além de exibições de pré-estreias como a do indicado ao Oscar 2009 “Salve Geral”. Mas boa parte da comunidade USP não sabe disso. Esther diz que o Cinusp tem “folders e cartazes ótimos, mas dependemos da entrega dos funcionários” que levam os anúncios apenas a algumas unidades ou locais como os bandejões.

Outro problema relatado pela diretora é o espaço do cinema. Com 100 lugares, tela pequena e avarias na infra-estrutura que barram na burocracia para serem sanadas, a nova diretoria do Cinusp estuda implementar outro cinema no campus — ou mesmo fora dele. “É preciso ter na Cidade Universitária uma sala com tela grande; a USP merece um cinema grande”, diz Esther. Na relação de locais para a possível nova sala estão o Centro Universitário Maria Antônia, a USP Leste e os campi do interior.

Para a expansão do Cinusp, Esther não abre mão da qualidade de projeção, tanto na parte técnica quanto na parte de repertório fílmico. “É isso que diferencia o Cinusp de um cinema comum”, diz a professora. Na USP, projetos semelhantes ocorrem no campus de Ribeirão Preto: a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras tem o “Cineclube Cinéfilo” e a Faculdade de Direito tem o “Direito e Cinema”. Além desses locais, o campus de São Carlos tem exibições frequentes no seu Centro Cultural.

Cinema alternativo

A outra escolha para quem foge dos blockbusters é a Cinemateca Brasileira. Fundada pelo mesmo Paulo Emílio que dá nome ao Cinusp, a Cinemateca possui um vasto acervo documental dentre filmes da boca-do-lixo e fitas da extinta TV Tupi. Um dos programadores da Cinemateca, Rafael Carvalho, lembra ainda de programas como o Curta Cinemateca (sessões especiais com pré-estréias e debates), o Primeira Exibição (espaço para novos realizadores exibirem seus filmes) e o Curso de História do Cinema, sempre ministrado por um professor da ECA. Segundo Carvalho, a função da Cinemateca é, principalmente, “formar público para esse tipo de cinematografia”