Moradores de alojamento ocupam Coordenadoria do Campus de São Carlos

A Coordenadoria do Campus de São Carlos (CCSC) foi ocupada na manhã desta segunda-feira (25) por moradores do Aloja, residência estudantil. Eles pedem reunião para negociar a volta da paridade no processo seletivo para vagas no alojamento e auxílio-moradia. Após 42 anos, a escolha de novos moradores deixou de ser definida igualmente entre alunos, professores e assistente social para se tornar, em fevereiro, uma decisão exclusiva da CCSC. Os manifestantes dizem que a mudança fere o Regimento e não foi discutida com a comunidade.

Por meio de sua assessoria, o órgão justifica a alteração pela necessidade de regularizar a seleção, ilegal por três motivos: estudantes, como beneficiários, não podem realizá-lo; os documentos só podem ser acessados por uma assistente social; os benefícios são bens públicos e devem ser geridos por um administrador.

Em paralelo ao novo processo seletivo definido pela CCSC, os moradores chegaram a uma lista de beneficiários utilizando os critérios anteriores e querem sua legitimidade. Em ofício publicado nesta terça-feira, a Coordenadoria se recusa a reconhecer a validade da lista e comunica a manutenção da mudança. A decisão foi tomada após reunião com funcionários e sem a presença de estudantes.

A assessoria da CCSC declarou que “a ocupação é um ato agressivo e desnecessário”. Os manifestantes estão instalados nos corredores, não tiveram acesso a documentos nem impediram a entrada de funcionários. Na primeira noite de ocupação, foram cortadas a água e a luz do local.

Coseas

A decisão dos moradores acontece após mais de um mês de ocupação da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) no campus Butantã. Moradores ou pessoas que buscam uma vaga no Conjunto Residencial da USP (Crusp) defendem que as políticas de assistência e permanência estudantil não têm sido cumpridas pelo órgão. A reivindicação é compartilhada por ocupantes de São Carlos.