João Grandino Rodas desmentiu o boato de que o prédio do Detran será usado para receber os funcionários que estão deixando a Antiga Reitoria para dar lugar ao gabinete do reitor. “Inventam cada coisa… O que vai para lá é o Museu de Arte Contemporânea e ponto”, disse. A possibilidade de usar o prédio, localizado no Ibirapuera, é uma das maiores preocupações dos servidores devido à sua distância da USP. O Sintusp (Sindicato dos funcionários da USP) decidiu formar uma comissão e exigir audiência com Rodas para que o reitor esclareça mais detalhes sobre a mudança.
Desde que a transferência começou, a falta de informação sobre seu andamento suscita reclamações entre funcionários. “Um trabalhador sem saber o que vai acontecer amanhã, não é bom nem para o trabalhador, nem para a universidade”, disse Magno Carvalho, diretor do Sintusp, que decidiu pela audiência com o reitor, após duas reuniões com a presença de mais de cem servidores para discutir o assunto.
A desocupação da Antiga Reitoria teve início em dezembro, quando Rodas foi nomeado reitor. Em comunicado de novembro de 2009, a reitoria marcou a transferência do gabinete para o dia de sua posse. Passados quase quatro meses da solenidade, a mudança ainda não ocorreu.
O reitor disse que o prédio vai ser reformado em duas etapas, mas que “não existe um prazo específico”. Ele confirmou ainda a extinção da gráfica da Coordenadoria de Comunicação Social. Segundo Rodas, os funcionários poderão escolher entre as duas outras gráficas existentes no campus.
O que muda
No dia 4 deste mês, o prédio da Antiga Reitoria exibia caixas de papelão, latas de tinta e argamassa Além da reforma na entrada do prédio, o Museu de Ciências estava sendo transferido para um barracão da ECA (Escola de Comunicações e Artes) e a Agência USP de Inovação encaixotava os pertences.
Segundo o coordenador da agência, Claudio Tervydis, a instituição ocupará o prédio esvaziado pelo HSBC na Praça dos Bancos. A informação sobre a mudança foi comunicada oficialmente há uma semana. “Às vezes você tem que deixar de lado uma boa opção de um profissional para buscar empresas que trabalham por um valor mais baixo, com o risco de não ter um serviço excepcional”, afirmou sobre as dificuldades do curto prazo para mudança.
Os andares superiores – 8º, 7º e 6º – têm prioridade na transferência. A Edusp, que fica no 6º, foi a primeira a se mudar. Plínio Martins Filho, presidente da editora, disse que não perdeu condição de trabalho com a mudança, que, segundo ele, será benéfica à revitalização do prédio. A editora ficou no quarto andar, no lugar do Coral da USP e do museu, que já deixaram o local.
Crusp
A promessa de transformar os prédios da atual reitoria em mais um edifício para o Crusp (Conjunto Residencial da USP) foi confirmada por Rodas, que, porém, não deu garantias. “Eu só não quero determinar que vai ser moradia uma coisa que, conforme o andar da carruagem, passam três anos e não se resolveu”, disse.