Sem dinheiro das unidades, Atléticas buscam outras fontes de receita

O orçamento das atléticas da USP não conta com ajuda financeira das suas respectivas unidades para funcionar. As entidades precisam recorrer a outras formas de arrecadação para pagar as contas, como inscrição dos alunos em jogos universitários, festas e pagamento de taxas pelos atletas.

Nem sempre foi assim. Segundo Alexandre Inoue, presidente da Atlética da Matemática, há alguns anos o IME repassava o dinheiro referente ao aluguel da cantina para a entidade. “Eles pararam de pagar”, diz Inoue. “A questão foi parar na justiça e nem o IME nem a Atlética recebem o dinheiro”.

Segundo ele, mesmo que a questão seja resolvida, a Atlética não poderá mais se beneficiar do repasse. “O diretor do IME conversou com a gente e disse que é proibido fazer esse repasse da unidade para a Atlética”, afirmou. “Teríamos que encontrar outra forma de receber legalmente esse dinheiro”.

Para sustentar a entidade, a Atlética conta com um verba em caixa para o início do ano, graças ao lucro do BIFE, Jogos Universitários que reúnem 12 faculdades da USP e acontece em novembro. “Com isso, conseguimos pagar a inscrição dos nossos atletas na Copa USP”, diz. Depois dessa competição, a Atlética ajuda apenas parcialmente suas modalidades a se inscreverem nas competições, porque o caixa da entidade fica muito baixo. Por isso, cada modalidade cobra uma taxa dos atletas, que varia de valor conforme as competições e o custo do técnico. Este último, conta Inoue, é o maior gasto da Atlética – cerca de R$ 20 mil por ano.

A situação na Atlética da Poli é parecida. A Escola Politécnica cede o espaço da Atlética e era feito um repasse de dinheiro referente ao aluguel da cantina, mas isso não acontece mais. Segundo Gustavo Braid, presidente da Atlética, o que mantém a entidade é a venda de produtos, como camisetas, agasalhos, agendas e adesivos, a taxa paga pelos atletas e patrocínio de algumas empresas.