Assembleia decide continuar greve em dia de fechamento de ponto

Greve/2010A assembleia de funcionários da USP recusou ontem (21) a proposta da reitoria de pagar os dias não trabalhados em troca do fim da greve. Com cerca de 300 funcionários e estudantes, aconteceu no 48º dia de greve, data de fechamento das folhas de pagamento referentes a junho. Começou por volta do meio dia, após manifestação com cerca de 250 funcionários em frente do prédio da Fuvest. Desses manifestantes, 80 vieram de Ribeirão Preto e Piracicaba.

A negociação entre dirigentes do Sintusp e a comissão da reitoria demorou duas horas e aconteceu na sede da Cruesp, na Rua Itapeva. A comissão propôs que as horas não trabalhadas fossem pagas em até 4 dias úteis após o  encerramento da greve. A reitoria também prometeu examinar até 48 horas após o final da greve a mudança de referência (promoção e aumento de 5% a todos os funcionários) reivindicada pelo sindicato. Na ocasião ficou pré-agendada uma reunião às 9 horas do dia 22, mas foi desmarcada horas depois porque a comissão tinha outros compromissos, segundo declarou membro do comando de greve que não quis se identificar.

A assembleia aprovou conversar com funcionários que tem feito acordos individuais, voltando a trabalhar em troca de pagamento de salários. Segundo o diretor do Sintusp Claudionor Brandão, tais funcionários trabalham no campus de São Carlos, na Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) e Coordenadoria de Assistência Social (Coseas). “Os companheiros foram coagidos pelos patrões a aceitar as negociações”, disse Brandão.

Respostas à imprensa

Na assembleia, Aline Camoles, membro da Associação de Moradores do Crusp (Amorcrusp), propôs criar uma comissão para responder ao Jornal do Campus, que publicou reportagem na edição 367 denunciando o saque de alimentos do Bandejão Central, a doação de parte deles para o Sintusp e a declaração de que as duas organizações tinham pautas diferentes, dada por Neli Wada, outra diretora do sindicato.

“[A reportagem do JC] foi uma picuinha absurda que dois alunos fizeram opondo estudantes e funcionários”, disse  Aline. A proposta da aluna foi aceita pela assembleia, não apenas para responder ao JC, mas também a outras reportagens veiculadas na grande mídia.