Estatuto do Torcedor não se aplica aos jogos universitários

Em jogos universitários, é comum que os torcedores criem músicas para desestabilizar os jogadores das faculdades adversárias. Com versos muitas vezes politicamente incorretos, eles podem ser divertidos para quem canta, mas ofensivos para quem recebe. É esse tipo de atitude que uma das modificações no Estatuto do Torcedor tenta barrar em competições oficiais.

O projeto criado pelo deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) pune principalmente as torcidas organizadas com mais rigor. Sancionado pelo presidente Lula no final de julho, ele não só proíbe a entoação de falas discriminatórias, como também veta o uso de faixas e bandeiras com conteúdo ofensivo.

Polêmico, o novo texto deve ser aplicado em todas as competições desportivas do país. O deputado acredita que o estatuto fará com que o sentimento de impunidade – motivo pelo qual há tanta violência nos estádios, na sua opinião – diminua. O petista ainda diz que a estupidez é ressaltada em jogos universitários: “São pessoas com grau de informação acima da média”, declara. No entanto, nenhuma medida para diminuir a violência em competições amadoras foi citada pelo parlamentar.

Segundo Marcos Guerra, presidente da Liga Atlética Acadêmica da USP (LAAUSP), hoje existem punições apenas para atletas, técnicos e árbitros em relação a ofensas nos jogos universitários.

As competições realizadas dentro do campus da USP recebem pouca torcida, o que não justificaria a criação de um estatuto, na opinião de Marcos. Os jogos que recebem maior público, como a Interusp, possuem regulamentos próprios, que definem as punições ao mau comportamento da torcida.