Sintusp muda reivindicações e ameaça fechar CCE

Sindicato decide pedir promoção e aumento de 5% a todos os servidores. Protestos contra corte de ponto marcaram quinzena

Greve/2010Depois de uma quinzena marcada por mudança de pautas e protestos, funcionários da USP chegam aos 56 dias de greve, sem nenhuma reivindicação atendida. Os protestos foram motivados pelo corte de ponto e pela recusa da reitoria em aumentar os salários.

O impasse com a reitoria levou o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) a prometer fechar o Centro de Computação Eletrônica (CCE), da reunião que os dois farão na quarta-feira (30).

Os dois lados negociarão novamente uma mudança de referência – promoção que representa um aumento de 5% no salário – estendida a todos os funcionários, o pagamento do salário dos dias em greve e nenhuma punição aos grevistas.

Segundo sua assessoria de imprensa, a reitoria pediu à Polícia Militar que protegesse o CCE e, na segunda-feira (28), a unidade amanheceu protegida por pelo menos 10 viaturas da Polícia Militar e pela Guarda Universitária. A assessoria de imprensa também informou que, caso os funcionários não possam entrar no prédio, não funcionam serviços como manutenção de computadores, as matrículas, a internet sem fio e o email USP. Além disso, pesquisas em rede com outras universidades ficariam comprometidas.

Não existe nenhum planejamento especial de segurança para o possível piquete do dia 30, informou a chefe de segurança do CCE, Marta Bazzo.

A tensão nas negociações deve ser grande, pois os funcionários acreditam que só poderão receber aumento salarial até sábado (4), quando começaria o período em que a lei eleitoral proibiria a medida.

Viaturas da Polícia Militar fazem guarda no prédio da CCE para evitar interrupção dos serviços de internet (foto: Marina Pinhoni)
Viaturas da Polícia Militar fazem guarda no prédio da CCE para evitar interrupção dos serviços de internet (foto: Marina Pinhoni)

Conflitos

No dia 23, a assembléia dos funcionários da Coseas resolveu piquetar a creche central de segunda (28) até quarta-feira, em razão do desconto de dez dias de maio. A central estava funcionando três dias por semana e era a única das cinco creches que não havia aderido completamente à greve.

Na manhã do dia 17, um cordão de cerca de 150 estudantes e funcionários bloqueou o portão 1 da Cidade Universitária, reivindicando o pagamento dos dias em greve.

Foi depois do trancamento que a assembleia decidiu abrir mão da principal exigência da greve, a isonomia salarial e reivindicar apenas mudança de referência na negociação com a reitoria no dia (21), dia de fechamento de ponto.

A reitoria recusou a reivindicação e propôs suspender o corte de ponto e examinar a mudança de referência, em troca do fim imediato da greve. A assembleia rejeitou a proposta e a reitoria marcou uma negociação com os grevistas na quarta-feira seguinte (30).

Pressionando diretores

No dia 23, 50º dia de greve, uma comissão de servidores pressionou o chefe da Cocesp, Antonio Massola, a assinar documento pedindo à reitoria suspensão de 30 dias de falta de servidores. No dia seguinte (24), cerca de 200 funcionários pressionaram Waldyr Jorge, chefe da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), a suspender o corte de salário de dez dias dos funcionários da unidade. Ele decidiu assinar uma carta igual à de Massola.

Mas, por ordem do reitor, ambos voltaram atrás e funcionários permanecem com faltas injustificadas, informou o Sintusp.