Bibliotecas da São Francisco funcionam com restrições

As Bibliotecas Departamentais e Circulante da Faculdade de Direito, após terem sido transferidas para o Prédio Anexo IV, funcionam sem acesso a quem não seja da USP, com acervo dividido e dentro de um prédio ainda em reforma.

Das nove bibliotecas departamentais, quatro ainda possuem acervo no Prédio Histórico. “Não há espaço útil e tempo hábil para mexer em todos os livros ao mesmo tempo, por isso o acervo não foi todo transferido”, afirma o professor Marcos Paulo de Almeida Salles, membro da Comissão das Bibliotecas.

A transferência dos acervos só será finalizada com o término das obras, que ainda estão em fase inicial e vão do quinto ao nono (último) andar. Verificação da parte elétrica e hidráulica, troca do piso e pintura são os principais pontos incluídos na reforma, que, segundo Marcos Paulo não tem data prevista para terminar.

Os primeiros quatro andares, já em funcionamento, ainda necessitam de reparos. As janelas não possuem cortinas e papel pardo foi colado em algumas para impedir que o sol atingisse os livros. A circulação do ar também é precária. “Tem janela que se você abre, entra cheiro de restaurante; outras, se abrir, entra fuligem”, afirmou um funcionário que não quis se identificar. Há ventiladores e a Biblioteca Circulante possui ar-condicionado, mas, segundo o funcionário ,ele não costuma ser ligado, pois “é velho e dele sai sujeira”. A diretora do Serviço de Bibliotecas e Documentação, Andréia Wojcicki, afirma que o ar-condicionado foi trocado e pode ser utilizado.

A falta de espaço para leitura é outra questão que incomoda os estudantes. “Há apenas duas mesas de estudo improvisadas”, afirma Renan Barbosa Fernandes, aluno do segundo ano e membro da Comissão das Bibliotecas. “A ideia é ter mais salas no futuro”, contorna Andréia, que arrisca dizer que a reforma pode terminar até o fim do ano.

Biblioteca mostra problemas em sua fachada (foto: Juliana Cruz)
Biblioteca mostra problemas em sua fachada (foto: Juliana Cruz)

Restrição ao público

Atualmente, apenas quem é da USP tem acesso ao Anexo IV. Segundo Andréia, a restrição é temporária e deve terminar quando forem resolvidas as questões de segurança do prédio, como identificação e registros de usuários na portaria.

A restrição e a própria mudança diminuíram o movimento. “Aproximadamente 290 livros saíam da Circulante por dia. Hoje, não chegam a 50”, afirma o funcionário que não quis se identificar.

Acervo desaparecido

O desaparecimento de livros é queixa de alunos. Bruno, do quinto ano, conta que já procurou títulos e não os encontrou. Renan pondera: “Não se pode afirmar que livros sumiram antes de ter certeza de que não estão em local errado”. O livro O direito da liberdade, por exemplo, antes desaparecido, já está disponível. Sobre o fato, Andréia diz: “Há um catálogo matriz no qual tudo ia sendo conferido e tudo bateu. Não houve perdas”.