Fundação Univesp e Poli-Cubatão são os principais projetos de Alckmin

Jornal do Campus: Quais são suas principais propostas para o ensino superior, principalmente para a USP? O senhor poderia comentar sobre a sua proposta de construir uma unidade da Poli em Cubatão?
Geraldo Alckmin: Todo apoio às nossas universidades públicas: a USP, a Unesp e a Unicamp e também a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo). Eu pretendo até criar uma fundação Univesp para poder apoiar o ensino universitário. Todo apoio a USP em especial, que está entre as 80 melhores universidades do mundo, e eu acho que é importante a Poli-USP em Cubatão em razão da questão do petróleo, do pré-sal, do gás, do porto e há uma falta grande das engenharias. Então, como da outra vez em que fui governador eu coloquei o “plus” a mais, um recurso a mais para a universidade, nós pretendemos, sim, colocar um recurso a mais para poder ajudar a USP a instalar a Poli-USP em Cubatão.

JC: O senhor pretende destinar uma verba específica para esse projeto?
GA: Eu acho que a USP tem um recurso importante, que o percentual do ICMS, mas se houver necessidade nós vamos ajudar com um recurso a mais.

JC: O que o senhor pensa do processo do governador escolher o novo reitor?
GA: Eu entendo que se a Universidade escolhe uma lista tríplice e eu sempre nomeei o primeiro convocado então, na verdade, é a universidade que escolhe.

Referente ao ensino público fundamental e médio, Alckmin disse que a ideia principal é unir educação e cultura:
GA: Nós vamos avançar nas escolas de tempo integral, criei 500 escolas novas e nós vamos expandir fortemente. No segundo período haverá reforço escolar, informática, ensino de línguas e, principalmente, cultura e esporte. Queremos estimular a visita aos museus, como o Catavento, que é um museu muito interessante. Ele é rico culturalmente e é educativo, de uma maneira muito agradável e pedagógica. Eu acho que cada vez mais nós vamos unindo a educação com a cultura.
Pretendemos também criar mais espaços culturais. A vocação de São Paulo é de uma grande capital cultural, então nós vamos trabalhar com um novo museu de História Natural, que nós ainda não temos em São Paulo, e levar também, por exemplo, a Pinacoteca para o interior, isto é, uma parte do acervo da Pinacoteca. Por exemplo, em outras cidades, como Rio Preto, Ribeirão Preto você necessita ter também centros culturais para que nem todos do interior precisem vir para a capital.

JC: Candidato, você mencionou o estudo de línguas. Alguma proposta com relação aos CELs – Centros Estaduais de Línguas?
GA: Nós vamos expandir. Hoje nós temos 60 mil alunos no Ensino Médio do Estado de São Paulo estudando uma segunda língua. Geralmente inglês, mas no CEL pode ser francês, alemão, espanhol, enfim, nós temos várias línguas. Nossa meta são 600 mil alunos fazendo um ano de graça, por conta do governo, ou no CEL (Centro Estadual de Línguas), ou em escolas privadas, de bom nível. Isso vai ajudar o aluno a melhorar o seu rendimento na escola, ajudá-lo no vestibular, se ele for para a universidade, ou a melhorar o seu salário, quando ele for buscar um emprego. Por exemplo, eu visitei uma escola em Campinas e a diretora me disse que lá existiam tanto os alunos que fazem cursos em escolas privadas, quanto os que estudam outro idioma nos cursos do governo. O rendimento dos alunos da escola pública é até maior do que os outros. Eles valorizam muito essa oportunidade.

JC: Com relação às ETECs, o senhor pretende continuar a expandi-las e manter o ensino regular, ou somente o ensino médio técnico?
GA: As duas coisas. Aonde nós pudermos ter Ensino Médio, terá ETEC para proporcionar ao aluno que quiser poder fazer, simultaneamente, o ensino médio à tarde e ETEC à noite. Mas mesmo onde não tem Ensino Médio, nossa proposta é expandir, respeitando sempre a vocação econômica de cada região. Então, você tem ETEC agrícolas, nas regiões mais agrícolas do Estado, onde o estudante mora na fazenda. Existem as ETECs industriais, de autotrônica, de mecatrônica e há também as de serviço, administração, turismo e contabilidade.