Esportes inusitados na USP: não só de futebol vive o CEPE

Futsal, basquete, vôlei e handebol são modalidades bem conhecidas por qualquer aluno da USP. Porém, nem só delas são feitos os campeonatos universitários. Rugby, atletismo, baseball, judô e pólo aquático são exemplos pouco praticados e conhecidos que entram nas competições.

No CEPE, são oferecidas atividades como badminton, boxe, canoagem, judô, karatê, ginástica olímpica, remo e yôga, que nem sempre têm todas as suas vagas preenchidas. Não que sejam oferecidas vagas demais, mas por certa desinformação por parte dos alunos.

Nas atléticas, o mesmo acontece. A faculdade perde pontos por não ter uma equipe formada para apresentar na disputa. O estudante de Publicidade e Propaganda Otávio Nunhez da Silva tem que treinar rugby com a equipe da FEA por falta de interessados na ECA. “Houve tentativas por parte do DM (Diretor de Modalidade) de formar um time da ECA para jogarmos os Juca (Jogos Universitários de Comunicação e Artes), mas acabou por não dar certo. Não são muitos os que jogam rugby na ECA, e os que jogam o fazem por outras faculdades”, conta o estudante.

Atletas da FFLCH, em seu último treino de rugby no CEPE (foto: Christiane Silva Pinto)
Atletas da FFLCH, em seu último treino de rugby no CEPE (foto: Christiane Silva Pinto)

No pólo aquático, modalidade em que cada time conta com seis pessoas na linha e um no gol, a falta de atletas foi solucionada pela união entre equipes. Eduardo Brunaldi, aluno de Administração, pratica pólo pela FEA. Ele conta que a equipe realiza os treinos junto com a Farmácia. “Pré-temporada de Interusp a gente chega a ter 15 pessoas treinando. Mas fora da temporada de campeonatos tem menos gente. A maioria treina para ficar em forma, não porque gosta do esporte em si”, explica.

Se isso acontece com o rugby e o pólo aquático, esportes não tão desconhecidos, a equipe de ultimate frisbee da FEA passa por uma situação mais complicada. Pouco divulgado no Brasil, o ultimate frisbee é uma espécie de união entre rugby e frisbee. Além de ser praticado por pouquíssimos alunos, a universidade não oferece estrutura adequada para a prática do esporte.

A falta de infraestrutura não é um problema enfrentado apenas pelos praticantes dessa modalidade. Mariana Okamura, estudante de Ciências Atuariais na FEA, reclama que a pista do CEPE está para ser reformada há tempos. “Temos o espaço e tudo para ter uma boa infraestrutura, mas não é o que acontece. Desde que entrei para a modalidade, ouço falar da reforma da pista, que está totalmente destruída. Pelo que sei o CEPE já possui verba, mas a burocracia impede que a obra comece logo”, conta.

Já Otávio queixa-se que a condição dos campos diminui a qualidade dos treinos. “Os campos bons que a USP tem são para competições e jogos nos fins de semana, assim os usamos somente nessas ocasiões. Para o dia-a-dia, não dispomos de lugares adequados. O campo tem grama rala e o próprio esporte não ajuda, já que desgasta bastante o gramado. Por ser um esporte de contato, no qual é normal cairmos no chão e tudo o mais, saímos mais machucados do que se houvesse grama no campo”, explica. “Imagino que se aestrutura do CEPE fosse melhor, a qualidade dos treinamentos aumentariam, já que os treinadores disporiam de mais recursos”.